César
e Ricardo foram mortos em 2012
(Foto:
Reprodução/TV Globo)
Do G1 São Paulo*
Quatro policiais militares
acusados dos assassinatos de César Dias de Oliveira e Ricardo Tavares da Silva,
em julho de 2012, foram condenados nesta terça-feira (27) a penas de 24 anos e
9 meses de reclusão, mais 30 dias-multa, em regime inicial fechado, cada um,
segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo. Um quinto policial militar também
acusado pelos crimes recorreu antes do julgamento e seu processo foi
desmembrado do caso.
O homicídio dos jovens –
ambos com 20 anos à época - aconteceu na Zona Oeste de São Paulo. Os policiais
militares teriam abordado de forma violenta as vítimas, que estavam em uma
motocicleta próxima a um local de venda de drogas, e disparam contra eles.
Segundo a versão da
defesa, os rapazes não obedeceram à ordem de parada e trocaram tiros com a
polícia.
Daniel Eustáquio de
Oliveira, pai de César Dias de Oliveira, no entanto, nunca acreditou na versão
dada pela polícia para a morte do filho.
“Saí do hospital com meu
filho morto e fui direto para a cena do crime. Mostrei para alguns policiais
que estavam no local que a história não estava batendo com o que eles
contaram”, disse, à época.
Daniel Eustáquio conversou
com moradores do bairro e ouviu que, naquela madrugada de 1º de julho,
policiais entraram em confronto com traficantes em uma favela próxima. Ele
conseguiu levar testemunhas para depor no Departamento de Homicídios e Proteção
à Pessoa (DHPP).
As investigações da Polícia
Civil mostraram que os jovens estavam desarmados e que eles não trocaram tiros
com os PMs.
“Meu filho nunca foi nem nunca vai ser um bandido. No nosso
coração, ele é o César meninão, humilde, simples, bom, com coração de criança.
Esse é o César que eu guardo no meu coração”, afirmara, na ocasião, Daniel.
O julgamento durou dois
dias e foram ouvidas oito testemunhas, uma de defesa, duas de acusação, duas do
juízo e três comuns. Os réus também foram condenados por fraude processual e
prevaricação. A sentença foi da juíza
Lizandra Maria Lapenna Peçanha. O advogado de defesa informou que recorrerá
da decisão.
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