O ministro-chefe do
gabinete da Presidência, Jaques Wagner, falou, no início da noite desta
terça-feira (29), sobre a saída do PMDB da base aliada do governo. Segundo ele,
até sexta-feira o Planalto fará uma nova repactuação com seus aliados. “É um
momento de conversar com os aliados que querem seguir a caminhada com você”,
disse.
Wagner acrescentou que a
saída do partido da base aliada abre espaço para uma nova configuração, “um
novo governo” para o restante do mandato da presidenta Dilma Rousseff. “Creio
que a decisão deles chega em uma boa hora porque oferece à presidenta Dilma uma
ótima oportunidade de repactuar o seu governo. Eu poderia até falar de um novo
governo, no sentido que sai um parceiro importante e, portanto, abre espaço
político para uma repactuação de governo”, afirmou.
Jaques Wagner anunciou
também que o processo de repactuação do governo deve contar com a participação
do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está à espera da decisão do
Supremo Tribunal Federal (STF) para assumir a Casa Civil. “Ele é sempre um bom
conselheiro político”, avaliou.
O ministro voltou a
criticar o movimento que pede o impeachment ao mandato legítimo de Dilma
Rousseff e garantiu que pedir o impedimento da presidenta sem base jurídica
caracteriza um mau uso do dispositivo constitucional. “As contas de 2015 da presidenta
Dilma sequer foram apreciadas. O crime de responsabilidade tem de ser no
mandato, então tudo o que foi apresentado até agora é anterior a este governo.
Não sou eu, são inúmeros juristas que dizem que este é um impeachment sem
causa. É um golpe dissimulado porque é sem causa“, disse.
Ele acrescentou que o
governo tem recebido manifestações de apoio dos mais diversos segmentos e vai
continuar trabalhando para assegurar o respeito à Constituição e a manutenção
do Estado democrático. “Hoje há um grande ponto de unidade de
segmentos cada dia mais numerosos no Brasil que é a luta pela democracia e a
manutenção do nosso roteiro de constitucionalidade. Na nossa opinião, essa é a
luta maior, é a luta pela democracia. Qualquer atalho na democracia, ao
contrário de encontrar soluções vai, de um lado, fragilizar a democracia
brasileira, e, de outro, aprofundar a crise. Se alguém que vem carregado com 54
milhões de votos já tem dificuldade, eu creio que alguém que não vem com essa
mesma legitimidade terá uma dificuldade ainda maior”, garantiu.
Fonte: Blog do Planalto
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