RIO - O dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira, o DG, de 26 anos,
encontrado morto na manhã de terça-feira, 22, no pátio de uma creche no
Morro Pavão-Pavãozinho, em Copacabana, zona sul do Rio, foi protagonista
de um curta-metragem no qual é executado por policiais militares na
mesma favela.
O filme "Made in Brazil" foi produzido em junho do
ano passado e tem 6 minutos e 49 segundos de duração. Coincidência ou
não, a mãe do dançarino e moradores do Pavão-Pavãozinho acusam PMs da
Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) de terem matado o rapaz. Nesta
quarta-feira, 23, a Polícia Civil do Rio confirmou que DG levou um tiro
antes de morrer. Ele era dançarino do programa Esquenta, de Regina Casé,
da TV Globo.
No curta, antes de levar um tiro na cabeça disparado
por um tenente da PM, o personagem de DG diz várias vezes "Sou
trabalhador!" e implora para não ser morto. "Eu e um outro PM executamos
um traficante numa viela da favela, e ele (DG) testemunha o crime.
Depois ele é morto como queima de arquivo", disse ao Estado o ator Paulo
Henrique dos Santos, conhecido como Hulk, que interpreta o PM que
executa DG.
Diretor do filme, Wanderson Chan disse ao jornal O Dia
que escolheu Douglas para ser o protagonista. "O filme, de alguma
forma, conta o fim dele. Eu fiz questão que fosse o Douglas o
protagonista, porque ele era um rapaz do bem, tinha muitos sonhos e sua
vida era muito parecida com a proposta do vídeo".
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