Pela primeira vez, o governador
Eduardo Campos (PSB) fez, publicamente, uma crítica forte e direta à aliança
nacional entre PT e PMDB. Em entrevista ao jornal Cinform, de Sergipe, ele
afirmou que a “expressão” que o PMDB está conquistando no acordo político com
os petistas, visando à disputa de 2014, é “maior” do que o partido “representa”
na sociedade.
Foto: Alexandre Gondim/JC
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A declaração de Eduardo Campos
foi dada após o jornalista sergipano ter questionado se ele acreditava que a
aliança PT-PMDB seria “indissolúvel” em 2014. “Há um grande risco para quem
monta uma coalização para governar quando a aliança política não corresponde à
aliança social feita para ganhar eleição. Acho que a expressão que o PMDB
começa a tomar nessa aliança é muito maior do que o PMDB representa na
sociedade brasileira e isso um dia será resolvido, ou pelos políticos, ou pelo
povo”, assinalou.
A entrevista do governador ao
Cinform foi concedida na quinta-feira (24), durante a passagem de Eduardo por
Aracaju, mas só foi publicada nesta segunda (28).
A crítica de Eduardo, que é
presidente nacional do PSB, acontece no momento em que outras figuras do
partido questionam a hegemonia do PMDB e trabalham para eleger o deputado Julio
Delgado (PSB) à presidência da Câmara Federal. Na entrevista, Eduardo também
voltou a ser evasivo ao tratar de uma possível candidatura presidencial em
2014. “Acho que é cedo para abrir esse debate. Qualquer resposta que venha a
dar pode vir a ser interpretada como uma antecipação do debate sucessório”,
disse.
Ao mesmo tempo, reiterou que o
País necessita de um “projeto estratégico” para o século 21 que ultrapasse as
pautas do crescimento econômico e da inclusão social, todas as bandeiras
levantadas pelo governo petista. “Se a gente achar que é só o que está aí,
então, não se vai a lugar algum. A população quer mais”, provocou.
Questionado sobre as dificuldades
de combater a hegemonia do PT, em 2014, Eduardo fez questão de ressaltar que
não há reeleição “fácil”, mas ponderou que a presidente Dilma Rousseff (PT) tem
grandes chances de renovar o mandato se “entregar” o que “prometeu”.
Nesta segunda (28), após proferir
uma palestra na Controladoria-Geral do Estado, o governador saiu sem falar com
a imprensa pernambucana. Do Jornal do Comércio.
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