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quinta-feira, 4 de abril de 2013

Sobrou para Bezerra Coelho

Após prestigiar a visita de Dilma ao Ceará, presidente da Amupe volta a bater no governo federal e ministro do PSB é alvo

 Ministro Bezerra Coelho foi alvo de críticas de socialistas (Imagem JC)


O anúncio de um pacote de R$ 9 bilhões em investimentos para combater os efeitos da seca no Nordeste não foi suficiente para frear a ofensiva da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe) contra o governo federal. Só que, desta vez, o alvo não foi apenas a presidente Dilma Rousseff (PT), mas também o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho (PSB). Num indicativo de que o clima dentro do PSB pernambucano não está a seu favor, FBC entrou na mira do correligionário e presidente da entidade, José Patriota (PSB).



Alçado ao comando da Amupe por meio de uma articulação capitaneada pelo governador Eduardo Campos (PSB), Patriota cobrou do ministro, após a reunião da Sudene, em Fortaleza, o cumprimento da “promessa” de que haveria um repasse de dinheiro direto e desburocratizado aos municípios. O desejo era de que o governo federal seguisse o “exemplo” do governador, criando um fundo de apoio às prefeituras.

De acordo com Patriota, a expectativa foi criada durante o encontro promovido por FBC com 50 gestores municipais do Estado, no dia 18 de março. “O dinheiro fundo a fundo, que ele chegou a anunciar, desapareceu da pauta. Ele criou a expectativa sobre esse apoio que, inicialmente, seria anunciado na visita da presidente à Serra Talhada e não foi. Depois, disseram que seria anunciado hoje (ontem) e também não foi”, cobrou.


O tom das declarações do presidente da Amupe se assemelha ao discurso lido, nessa terça-feira, pelo governador Eduardo Campos durante o encontro no Ceará, quando ele pediu menos burocracia no envio de verbas federais aos municípios e Estados. Ainda segundo Patriota, o governo federal excluiu as prefeituras das parcerias para combater a seca. Os municípios, de acordo com ele, só foram contemplados com a cessão de equipamentos como carros-pipa e retroescavadeira. “Estamos frustrados porque fomos excluídos da gestão da seca. Marginalizados. Por quê dar poços para o Exército construir quando as prefeituras poderiam fazer esse trabalho?”, questiona.


A Amupe tem feito críticas constantes ao governo. Na segunda (1º) aprovou uma moção de repúdio à decisão da presidente de prorrogar a redução do IPI para o setor automobilístico. Antes restritos a Dilma, as cobranças se voltaram ao ministro Bezerra Coelho, que ganhou a desconfiança do meio socialista ao assumir a linha de frente da defesa do governo federal no momento em que Eduardo trabalha para viabilizar seu projeto presidencial.


“Ele não pode servir a dois senhores”, disse, em reserva, um integrante do PSB. Internamente, a postura do ministro na reunião de ontem foi considerada “a gota d’água” diante dos rumores de que ele poderia desembarcar no PT para candidatar-se ao Executivo estadual. A reportagem não conseguiu contato com FBC.

 Débora Duque

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