Por Rodrigo Martins*
Reeleita pelo Estado de
São Paulo com 177,2 mil votos, a Deputada Federal Luiza Erundina defendia a
liberação dos votos dos militantes e eleitores do PSB no segundo turno das
eleições. Mas, nesta quarta-feira 8, a Executiva Nacional da legenda decidiu,
por maioria de votos, apoiar o candidato do PSDB à Presidência Aécio Neves. Em
entrevista a CartaCapital, a parlamentar avalia que a decisão dificulta a
situação dos governadores Camilo Capiberibe e Ricardo Coutinho, que disputam o
segundo turno das eleições estaduais no Amapá e na Paraíba, respectivamente,
com o apoio do PT. Além disso, ela considera a posição do PSB "vexatória"
e “incoerente” com o que a legenda pregou ao longo da campanha.
“Desde o início do
processo eleitoral, tanto Eduardo Campos quanto Marina Silva defenderam ser
preciso superar a velha polarização entre PT e PSDB. É incoerente, depois de
tudo que se passou, reforçar um desses polos agora”, diz Erundina. “É ainda
mais vexatório declarar voto para uma candidatura notadamente conservadora, que
defende posições tão contrárias ao que defendemos, como a redução da maioridade
penal.”
Após a decisão pelo apoio
ao candidato tucano, por parte de 22 membros da sigla, Erundina e o Deputado
Glauber Braga, do Rio de Janeiro, decidiram se retirar da reunião. “Saímos no
momento em que eles começaram a redigir a carta de apoio a Aécio. Respeitamos a
decisão da maioria, mas não queríamos referendar essa posição", comentou.
Além de Erundina, votaram pela neutralidade a Senadora Lídice da Mata (BA), o Senador Antônio Carlos Valadares (SE), Katia Born, o Secretário de Juventude
Bruno da Mata, o Presidente do partido Roberto Amaral e o Secretário da Área
Sindical, Joílson Cardoso. O senador João Capiberibe (AP) foi o único que votou
pelo apoio a Dilma.
A deputada admitiu que o
partido está dividido. Acredita, ainda, que a decisão de apoiar Aécio terá
efeitos sobre as eleições internas do PSB, marcadas para a segunda-feira 13. O
atual presidente da sigla, Roberto Amaral, disputa a recondução ao cargo, mas
desgastou-se ao defender a neutralidade do PSB no segundo turno das eleições
presidenciais.
“Vamos ver quais serão os
desdobramentos dessa decisão da Executiva do PSB. É inegável que há uma crise
interna, uma divisão dentro do partido, e isso emerge num momento em que ainda
estamos disputando o segundo turno em quatro estados.”
Imagine o Brasil ser dividido e o Nordeste ficar independente
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