Por
Giovanni Sandes*
Na crise do sistema
prisional sobram debates, são causas e conseqüências, respostas imediatas e
soluções de longo prazo. Entre os assuntos possíveis, contudo, um soa mal
resolvido, a ponto de a equipe de Paulo Câmara (PSB) dar informações
contraditórias sobre a questão. Como se trata de um projeto traumático, uma
recomendação saudável é conversar, discutir, até superar o bloqueio. Precisamos
falar sobre Itaquitinga.
De saída, é importante
deixar claro que não que se tratar de uma obra. Itaquitinga é um conceito de
fazer do setor privado uma alavanca na expansão e, ao menos em tese, na
qualidade do sistema carcerário. Em Minas Gerais, a ideia deu tão certo que o
governo já prepara o segundo complexo prisional nessa linha. Em Pernambuco, a
gestão socialista errou a mão no formato financeiro, de alto risco, embora
alertado por uma consultoria. Como resultado, a empresa quebrou antes de
concluir as obras, paradas há dois anos.
O principal é que, sem o
complexo de Itaquitinga nunca te recebido um preso, o conceito nunca foi
testado. Continua inédito no Estado. Mas o medo do desgaste político nas
eleições 2014 fez o debate ser empurrado com a barriga, enquanto as obras em
parte se deterioraram e o déficit carcerário cresceu. O governo se mostra
disposto a resolver o assunto. Mas se posiciona de forma errática. Vai retomar
a obra ou todo o conceito de Itaquitinga? Fechando no Palácio do Campo das Princesas
para gerir a crise, espera-se que o governador aproveite para alinhar a equipe
e decidir a questão. Vale repetir, não se trata de concluir a obra. É seguir
adiante ou não com um modelo para o sistema carcerário.
Fonte:
Jornal do Comercio*
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