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sábado, 31 de janeiro de 2015

Justiça nega liberdade a policial que admitiu 'bico' para traficante no RS

Material apreendido após tiroteio em quadrilhas em Tramandaí (Foto: Robson Alves/Brigada Militar)
Arsenal foi apreendido dentro da casa em
Tramandaí (Foto: Robson Alves/Brigada Militar

A Justiça do Rio Grande do Sul negou um pedido de habeas corpus ao comissário da Polícia Civil Nilson Aneli, investigado por uma suposta ligação com o traficante executado por um grupo rival no último domingo (4) em Tramandaí, no Litoral Norte. O policial trabalhou no gabinete do ex-secretário estadual de segurança Airton Michels até o final do ano passado. Michels disse que Aneli reconheceu ter feito "bicos" em vigilância privada ao traficante, mas garantiu que não sabia que se tratava de um criminoso.

A decisão foi tomada pela desembargadora Osnilda Pisa, da 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça gaúcho. Aneli, conforme o ex-secretário, confirmou por telefone que trabalhava em uma casa de praia, quando Alexandre Goulart Medeiros, o Xandi, foi assassinado, em Tramandaí.

Segundo a defesa do comissário, ele não estava trabalhando no momento do tiroteio. Pouco depois da morte do traficante, que estava em visita na casa, ele foi até lá para receber o pagamento referente a um trabalho em outra ocasião no mesmo local. "Muito embora sintética, a decisão que decretou a prisão preventiva do paciente está minimamente fundamentada na garantia da ordem pública", argumenta Osnilda na sentença.

Na semana passada, Michels afirmou que a prática de "bicos" por servidores públicos em vigilância privada é uma "realidade nacional", "praticamente impossível" de ser combatida. "Não tem como fugir, é uma realidade brasileira. É um vício histórico, é uma cultura, e tem outros fatores: a natureza do trabalho policial, por exemplo, pode deixar eles muito tempo sem ter nada para fazer. Acabam fazendo esse bico. Então a primeira tarefa é pagar salários mais dignos aos policiais e isso nós fizemos", disse Michels, que comandou a Segurança Pública do estado durante quatro anos na gestão de Tarso Genro (PT).

Logo após a morte de Xandi, o ex-secretário havia defendido o ex-funcionário. "Acho muito difícil, quase improvável, que ele tenha envolvimento com quadrilha de tráfico de drogas. Mas é verdade que, claro que não comigo, ele buscava recursos fazendo segurança privada", disse na época.

O crime
O tiroteio ocorreu por volta das 14h na casa localizada na Rua 3 de Outubro. Segundo a Brigada Militar, quatro homens chegaram ao local em um Corsa vermelho. Dois deles desceram e atiraram contra a residência. Foram feitos vários disparos de fuzil e de pistola 9 mm.
Xandi, que estava à beira da piscina, foi atingido na cabeça e morreu no local. Outro homem, que seria sobrinho do policial, foi atingido nas costas. Ele foi socorrido e transferido para o Hospital de Pronto Socorro da capital, onde foi internado em estado grave. Uma mulher levou um tiro de raspão na barriga.

A casa alugada pelos criminosos fica a uma quadra do mar, perto da plataforma, em um dos pontos mais movimentados de Tramandaí. Segundo a polícia, a quadrilha chegou ao local em 26 de dezembro e voltaria para Porto Alegre na tarde de domingo (5). A diária paga por eles pelo aluguel da casa foi de R$ 1,2 mil.

Na residência, foram apreendidas cinco pistolas, seis carregadores de 31 tiros, outras 200 munições, uma grande quantia em dinheiro e quatro veículos (entre eles uma caminhonete de luxo), além de joias e uma quantidade de drogas.
Fonte: G1 RS

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