Por Venceslau, Ricardo Della Coletta e Nilvado Souza*
Em um evento fechado na noite desta terça-feira, 12, com jovens sindicalistas em São Bernardo do Campo (SP), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou o modo como a presidente Dilma Rousseff está conduzindo a articulação do ajuste fiscal no Congresso.
Em um evento fechado na noite desta terça-feira, 12, com jovens sindicalistas em São Bernardo do Campo (SP), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou o modo como a presidente Dilma Rousseff está conduzindo a articulação do ajuste fiscal no Congresso.
Embora tenha defendido o
pacote de reequilíbrio financeiro do governo, considerado por ele necessário, o
ex-presidente classificou como “um erro” o fato de a proposta que restringe o
acesso ao seguro-desemprego ter sido incluída numa medida provisória, sem
prévia negociação com as centrais sindicais.
“Foi um erro ter feito
isso (a mudança no seguro-desemprego) por medida provisória. Devia ter chamado
o movimento sindical e feito um acordo”, disse Lula após ser questionado sobre
o assunto por um sindicalista.
Continue lendo clicando no link abaixo!
No evento, que fechou o 8
.° Congresso do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Lula foi sabatinado durante
duas horas e meia por jovens de até 32 anos.
A fala do ex-presidente
ocorre pouco menos de uma semana após a aprovação pela Câmara dos Deputados da
Medida Provisória 665 e às vésperas da votação da MP 664, que também faz parte
do pacote do ajuste fiscal de Dilma e altera regras para acesso à pensão por
morte e ao auxílio-doença. Alvo de críticas dos movimentos sindicais,
tradicionalmente aliados ao PT, as medidas do ajuste fiscal têm causado
desgaste do governo Dilma com sindicalistas.
A MP 665 estabelece que o
seguro-desemprego só poderá ser solicitado pela primeira vez após 12 meses de
trabalho. Pela segunda vez, a partir de nove meses, e pela terceira vez, com
seis meses de trabalho. Antes, a primeira solicitação podia ser feita após seis
meses de trabalho.
Votação
A coordenação política da
presidente Dilma Rousseff aproveitou nesta terça os holofotes voltados para a
sabatina no Senado do advogado Luiz Edson Fachin, indicado para o Supremo
Tribunal Federal, para tentar reverter defecções na base e costurar o apoio
necessário para a aprovação, na Câmara, da MP 664 que endurece o acesso a
benefícios previdenciários.
O governo centrou esforços
nas bancadas do PP, PTB e PRB. O ministro da Previdência Social, Carlos Gabas,
se reuniu com 29 integrantes do PP para tentar convencê-los a votar
favoravelmente à medida provisória, que deve ser analisada hoje. Gabas disse
que as mudanças já realizadas na proposta devem levar a uma redução de R$ 100
bilhões na economia que o governo pretendia ter com as novas regras em 15 anos.
O vice-presidente Michel
Temer convocou líderes da base e ministros envolvidos no ajuste fiscal para uma
reunião na manhã desta quarta, 13, para tentar construir a maioria necessária.
Em outra frente, o Palácio do Planalto avançou nas negociações para o
loteamento dos cargos de segundo escalão. Fonte: Estadão*
Nenhum comentário:
Postar um comentário