Redação: Eduardo Guimarães*
Excetuando-se
aproveitadores e oportunistas como os
artistas decadentes aos quais o antipetismo em moda proporcionou chance de
reaparecer, essa maioria tonitruante que se formou contra o PT e seus próceres
decorre da ingestão de uma droga – ideológica, mas, ainda assim, uma droga como
qualquer outra.
Sob os efeitos
devastadores do antipetismo, o sujeito mostra a bunda, a moçoila mostra os
peitos, alguns têm acessos de raiva, outros de euforia e outros tantos caem em
prostração. E muitos cometem atos dos quais não há volta…
A ideologia, levada ao
paroxismo, leva o indivíduo a desatinos como o de sair à rua quebrando tudo ou
simplesmente dizendo coisas que jamais diria em estado normal, bloqueando seu
estado de consciência e sua racionalidade a um ponto em que fica impossível argumentar
consigo logicamente.
E, como toda droga, o
antipetismo é distribuído por traficantes ideológicos que fizeram fortuna
aliciando as vítimas potencialmente mais indefesas, os jovens.
A droga ideológica também
se assemelha a drogas químicas como cocaína, crack ou álcool no sentido de que,
para produzir seus efeitos devastadores, requer doses cada vez maiores, daí
excessos como os do advogado intoxicado que, enquanto sua batata estava assando
na Justiça, mergulhou em uma escalada de ameaças criminosas que deve lhe render
uma ressaca daquelas…
Como as drogas químicas,
porém, a droga ideológica afeta as pessoas a um ponto que, ao ser atingido, a
desintoxicação acaba se impondo.
A desintoxicação,
portanto, virá. Claro que quando as vítimas do porre ideológico se recobrarem,
como todo aquele que abusa das drogas essas pessoas poderão ter destruído as
próprias vidas. O bêbado sai dirigindo por aí e mata ou se mata – ou ambos.
Pode estuprar, roubar, cometer qualquer desatino, mas, em algum momento,
recobrará a consciência e se dará conta do que fez.
A ressaca desse porre
ideológico virá quando os usuários do antipetismo se derem conta de que tomaram
uma overdose que lhes causou a alucinação de que problemas econômicos que o
mundo inteiro atravessa serão resolvidos com a defenestração do grupo político
que ocupa o poder.
Ao longo dos últimos 12
anos – período que viu uma geração de embriagados com antipetismo se tornar
adulta –, a sociedade se acostumou a cada ano ganhar salários maiores e encontrar
mais oferta de empregos. Intoxicadas, as pessoas acham que para recobrar o que
sentem que lhes foi tirado bastará romper a normalidade democrática derrubando
o governo.
A ressaca vai ser brava.
Muitos descobrirão que, durante os efeitos do antipetismo, jogaram fora seus
empregos, tocaram fogo em suas casas, enfim, cometeram os atos que cometem os
que se intoxicam com substâncias perigosas – no caso, uma ideia.
O acesso de raiva
provocado pela droga, então, mudará de foco.
Em franco processo de
desintoxicação social, haverá uma revolta dos usuários de antipetismo contra os
traficantes.
Mas como o antipetismo é
uma droga legal como o álcool e, assim, tem propaganda na televisão, no rádio,
nos jornais, nas revistas semanais, além de belas embalagens e uma imensa rede
de distribuição – além de custar caro –, não será possível proibi-lo.
Porém, o antipetismo será
visto como o álcool e o cigarro. Seus usuários irrecuperáveis se tornarão
párias sociais. Será proibido em ambientes sadios, mas restritos. Continuará
sendo usado nas ruas, em privado, mas a publicidade acabará se inviabilizando.
O tratamento do
antipetismo crônico, porém, não será apologia ao PT ou a qualquer grupo
político ou ideológico; consistirá em mostrar às pessoas que não se pode
responsabilizar grupos políticos ou ideológicos por tudo de bom ou tudo de mau.
O preço do uso
indiscriminado dessa droga será alto, mas, como todo desatino que sociedades
cometem, deixará lições que, infelizmente, como em outros momentos de
embriaguez coletiva poderão ser esquecidas pelas gerações futuras se os que
permaneceram sóbrios não tomarem cuidado ao tratar os viciados.
Fonte:
www.blogdacidadania.com.br
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