Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro*
A presidente Dilma
Rousseff afirmou nesta quarta-feira que tentativas da oposição de usar a crise
para chegar ao poder são uma "versão moderna" de golpe, num duro
ataque contra os que querem tirá-la do cargo.
Em entrevista à rádio
Comercial de Presidente Prudente (SP), onde fará entrega de unidades do
programa Minha Casa Minha Vida nesta quarta, a presidente disse que há pessoas
no Brasil que torcem pelo "quanto pior, melhor", à espera de
"uma oportunidade para pescar em águas turvas".
"Esses método, que é
querer utilizar a crise como um mecanismo para você chegar ao poder, é uma
versão moderna do golpe", afirmou.
Partidos de oposição
lançaram na última semana um movimento formal pró-impeachment e deram mais um
passo na terça-feira ao apresentar uma questão de ordem ao presidente da Câmara
dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pedindo um posicionamento sobre
diversos procedimentos relacionados ao tema.
A oposição vem avisando
que pretende apresentar um recurso caso Cunha rejeite os pedidos de impeachment
que aguardam decisão na Casa.
"Acredito
que tem ainda no Brasil, infelizmente, pessoas que não se conformam que nós
sejamos uma democracia sólida, cujo fundamento maior é a legitimidade dada pelo
voto popular", disse Dilma na entrevista, quando perguntada sobre a atual
situação política que o governo atravessa.
Em
meio a um quadro de recessão econômica e crise política, a presidente defendeu
que o país se una, "independentemente de posições e interesses pessoais e
partidários", para mudar a situação atual.
"É fundamental muita
calma nessa hora, muita tranqüilidade", disse. "O governo trabalha
diuturnamente, incansavelmente, para garantir a estabilidade econômica e
política do país", afirmou.
Dilma ainda reiterou
confiança na recuperação econômica por meio das medidas que vêm sendo tomadas
pelo governo, como o pacote de ajuste fiscal anunciado esta semana com o
objetivo de assegurar superávit primário no Orçamento de 2016.
"Nós estamos trabalhando
intensamente para que nossa macroeconomia, nossa economia, se torne cada vez
mais sólida para aumentar a confiança dos agentes econômicos em relação aos
investimentos, para permitir que o Brasil volte a crescer."
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