Dilma:”Sou presidenta porque fui eleita pelo povo, em eleições lícitas.
Tenho a legitimidade das urnas, que me protege e a qual tenho o dever de proteger.”
Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
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A presidenta Dilma
Rousseff fez, na noite desta terça-feira (13), um discurso em defesa da
democracia e de seu mandato, e afirmou não temer o golpismo e seus defensores
porque lutou a vida inteira pela liberdade. Ela afirmou que, se preciso, irá à
luta mais uma vez pela democracia brasileira.
“Eu me insurjo contra o
golpismo e suas ações conspiratórias e não temo seus defensores. Pergunto com
toda a franqueza: quem tem força moral, reputação ilibada e biografia limpa
suficientes para atacar a minha honra?”,
questionou
ela, na abertura do 12º Congresso da Central Única dos Trabalhadores (Concut),
em São Paulo.
“Nunca me permiti cometer
qualquer ilegalidade. Nunca fiz da atividade política e da vida pública meios
para obter vantagem pessoal de qualquer tipo”, acrescentou.
Dilma declarou que setores
oposicionistas “querem criar uma onda que leve, de qualquer jeito, ao encurtamento do
meu mandato, sem fato jurídico, sem qualquer materialidade que me desabone”.
“O que antes era
inconformismo, por terem perdido a eleição, agora transformou-se em um claro
desejo de retrocesso político, de ruptura institucional”, afirmou a presidenta.
“Isso tem nome. É um golpismo escancarado”.
Ela sustentou que a
oposição vota contra medidas que aprovou no passado e que espalha ódio e
intolerância no Brasil.
“Nessa política de quanto
pior melhor, não há nenhum comedimento, nenhum limite, nenhum pudor, porque
votam contra o que fizeram quando estavam no poder. Envenenam a população todos
os dias nas redes sociais e na mídia”.
Disse ter consciência de
que a tentativa de tirá-la do cargo não é um processo apenas contra ela.
“É contra o projeto que
fez do Brasil um país que superou a miséria, que elevou milhões de pessoas às
classes médias, que construiu um poderoso mercado interno. Esse Brasil que hoje
pode se orgulhar de ter a primeira geração de crianças que não conheceu o
flagelo da fome, a primeira geração de crianças que teve oportunidade de
estudar”.
Dilma garantiu que lutará
para defender o mandato e a democracia.
“Sou presidenta porque fui
eleita pelo povo, em eleições lícitas. Tenho a legitimidade das urnas, que me
protege e a qual tenho o dever de proteger. Sou presidenta para defender a
Constituição e a democracia, tão duramente conquistada por nós”.
Ela acrescentou estar
pronta para travar lutas civilizatórias, como a luta de gênero e a luta contra
o racismo e a intolerância. A presidenta destacou que ainda tem muito para
fazer no mandato que lhe foi concedido por 54 milhões de brasileiros, como a
implementação do Plano Nacional de Educação e a reforma do sistema de representação
política.
“Sou presidenta para dar
continuidade ao processo de emancipação do nosso povo da pobreza e da exclusão
e para fazer do Brasil uma nação de oportunidades para todas e todos”.
Ressaltou, em seu
discurso, a importância da Central Única dos Trabalhadores na batalha em defesa
da democracia brasileira e disse que a central e ela seguirão juntos na defesa
dos direitos.
“Assim como sempre estive
ao lado dos movimentos sociais nestas lutas, sei que a CUT continuará lutando
as lutas que nós todos defendemos ao longo da nossa historia, ao meu lado, em
defesa da democracia e dos direitos dos brasileiros”.
A presidenta fez menção ao
lema do 12º Concut, segundo o qual “direito não se reduz, se amplia”, e
afirmou: “Permito-me acrescentar que democracia não se reduz, se amplia”.
“A hora é de arregaçar as
mangas e combater o pessimismo e a intriga política. Quem quiser dialogar,
construir a paz política, construir o futuro, terá meu governo como parceiro”.
Dilma encerrou seu
discurso homenageando o ex-presidente do Uruguai, José Mujica, que passou 13
anos preso antes de chegar ao poder.
“Cito aqui, sobre
democracia, as sábias palavras de Don Pepe Mujica. Ele diz: esta democracia não
é perfeita porque nós não somos perfeitos. Mas temos de defendê-la para
melhorá-la, não para sepultá-la”.
Fonte: Blog do Planalto*
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