Do
G1 PE
Está confirmado pelo
Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5) que vão a júri popular os quatro
réus no processo que investiga o assassinato do promotor de Justiça Thiago
Faria Soares, morto em 2013, em Águas Belas, no Agreste de Pernambuco. A
decisão já havia sido tomada pela 36ª vara da Justiça Federal de Pernambuco, em
abril deste ano, mas os acusados recorreram da decisão, que foi levada ao
TRF-5. O julgamento do recurso aconteceu nesta terça-feira (15). A quarta
turma, que teve como relator o desembargador federal convocado Manuel Maia,
negou provimento ao pedido dos acusados.
A data em que José Maria
Pedro Rosendo Barbosa, José Maria Domingos Cavalcante, Adeildo Ferreira dos
Santos e José Marisvaldo Vitor da Silva serão julgados ainda não foi informada.
Os quatro são acusados, respectivamente, da autoria intelectual e execução do
promotor e tentativa de matar a noiva dele, a advogada Mysheva Freire Ferrão
Martins, e o tio dela, Adautivo Elias Martins, no dia 14 de outubro de 2013, no
Km 19 da Rodovia PE-300.
Na decisão divulgada nesta
quarta, o desembargador Manuel Maia afirma que “No que diz respeito ao presente
caso, a gravíssima repercussão dos crimes perpetrados, o modo de execução
utilizado, o abalo sofrido no meio social, tudo está a exigir a manutenção das
prisões cautelares”.
Audiência
de instrução
No dia 27 de março, na
audiência de instrução da Justiça Federal em Pernambuco, foram interrogados os
réus Adeildo Ferreira dos Santos, José Maria Domingos Cavalcante, José
Marisvaldo Vitor da Silva e José Maria Pedro Rosendo Barbosa. O quinto réu,
Antônio Cavalcante Filho, está foragido e, por isso, o processo dele foi
desmembrado para não prejudicar o andamento da investigação.
Ao longo de quatro dias de
audiência foram ouvidas 34 testemunhas e mais duas vítimas do crime, Mysheva
Martins Ferrão (que era noiva do promotor) e Adautivo Elias Martins, tio dela.
Entenda
o caso
O crime ocorreu em 14 de
outubro de 2013. O promotor Thiago Faria Soares foi morto quando seguia de
Águas Belas para Itaíba, cidade onde trabalhava. A motivação, segundo a PF,
envolveu uma disputa pelas terras da Fazenda Nova. O fazendeiro José Maria
Barbosa perdeu a posse para a noiva do promotor, em um leilão da Justiça
Federal, e teve que deixar o imóvel. Em entrevista exclusiva à TV Globo, na
época do crime, o fazendeiro negou ter cometido o homicídio. A Polícia Civil,
que iniciou as investigações, apontou que Barbosa teria contratado o cunhado,
Edmacy Ubirajara, para matar Thiago Faria. Ubirajara chegou a ser preso, mas
foi liberado.
A investigação do
homicídio foi federalizada em 13 de agosto de 2014, a pedido do
Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot. Por determinação do Superior
Tribunal de Justiça (STJ), a investigação da morte do promotor Thiago Faria
Soares saiu das mãos da Polícia Civil e passou a ser de responsabilidade da
Polícia Federal, sendo o inquérito distribuído à 36ª Vara Federal de
Pernambuco.
A denúncia contra os cinco
réus foi oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF) em janeiro deste ano.
A Polícia Federal (PF) denunciou o fazendeiro José Maria Pedro Rosendo Barbosa,
55, como o mandante do homicídio doloso, motivado por disputa de terras. Além
dele, estão sendo julgados, por participação no planejamento e execução do
crime, José Maria Domingos Cavalcante, 55, Antônio Cavalcante Filho, 26,
Adeíldo Ferreira dos Santos, 26, e José Marisvaldo Vitor da Silva, 42. Todos
também vão responder pela tentativa de homicídio contra Misheva Freire Ferrão
Martins e Adautivo Martins, tio dela. Os dois estavam no mesmo veículo do
promotor no dia do crime, mas não foram atingidos pelos disparos.
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