A crise no programa de
segurança Pacto pela Vida aumenta a cada dia. E o crescimento desenfreado da
violência em todo o Estado não é mais o único problema que o Governo precisa
enfrentar. Os profissionais da segurança estão insatisfeitos e desmotivados. A categoria
dos delegados é o principal exemplo. A constante troca de delegacias, anunciada
sem negociação, segundo eles, é arbitrária e vem trazendo prejuízos para as
investigações em andamento. Com tantos problemas, crescem os rumores de que o
secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho, deixará o cargo.
A “dança das cadeiras”
imposta pela Chefia da Polícia Civil e pela Secretaria de Defesa Social (SDS)
não é de hoje. Alguns delegados afirmam que a atitude tem se intensificado nos
últimos meses por conta dos resultados negativos do Pacto pela Vida. Há
profissionais que em um período de aproximadamente um ano já trocaram de
endereço pelo menos três vezes. E as remoções de muitos deles são comunicadas
sem justificativa.
“O Pacto está falido e
eles (cúpula) não sabem o que fazer. Com tantas trocas, estão desestimulando
todo mundo”, desabafou um delegado. “Alessandro Carvalho (secretário) manda e
desmanda nas polícias. Pede a transferência de delegacias por besteira”, disse
outro.
Um dos casos emblemáticos
aconteceu em novembro do ano passado. A remoção da delegada Gleide Ângelo do
Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) para a Delegacia de
Homicídios de Olinda não só trouxe insatisfação à profissional como também teve
forte repercussão nas redes sociais.
Prejuízo
às delegacias especializadas
As delegacias
especializadas são as mais prejudicadas com as mudanças. A Delegacia de Polícia
do Meio Ambiente, responsável por investigar principalmente os maus-tratos aos
animais, não tem mais delegado titular.
A Delegacia de Repressão
aos Crimes Cibernéticos, outra anunciada com festa no Palácio do Campo das
Princesas em 2013, está praticamente fechada. Ainda não tem sede própria, está
constantemente trocando de titular e os casos denunciados à especializada são
repassados com frequência para delegacias de bairro.
Na
Corregedoria da SDS, mais problemas
O clima entre os
profissionais da segurança em Pernambuco é também de tensão. Delegados afirmam
que estão sendo alvos de Processos Administrativos Disciplinares (PADs) quando
suspeitos de crimes não são autuados em flagrante. “O nosso entendimento
jurídico está sendo questionado e podemos até ser punidos por isso”, revelou um
deles.
O trabalho da Corregedoria
da SDS, comandado pelo ex-secretário Servilho Paiva, vem sendo criticado há
algum tempo. No mês passado, um agente da Polícia Civil foi punido foi
surpreendido com uma suspensão de 20 dias do trabalho por ter feito críticas ao
Pacto pela Vida em uma rede social. Outro fato curioso foi à investigação aberta
pela Corregedoria após delegados discutirem em um grupo de WhatsApp. Uma clara
perda de tempo diante de uma crise tão grande.
Fonte: Blog do Cauê
Rodrigues
Nenhum comentário:
Postar um comentário