Após rebelião que durou 14
horas, a maior chacina registrada no sistema prisional do Rio Grande do Norte
deixou, entre a tarde de sábado, 14, e a manhã de domingo, 15, 26 detentos
mortos na Penitenciária Estadual de Alcaçuz e no Pavilhão Rogério Coutinho Madruga,
em Nísia Floresta, a 25 quilômetros de Natal. Os seis presos do Primeiro Comando da Capital (PCC) identificados
como responsáveis por liderar a matança estão isolados e serão transferidos a
partir de hoje. De acordo com o governo, todos os mortos são da facção Sindicato
RN e foram decapitados.
O motim começou por volta
das 17 horas de sábado, quando detentos do PCC, abrigados no Pavilhão Rogério
Coutinho Madruga, invadiram o depósito de armas, pularam o muro e entraram na
penitenciária de Alcaçuz, onde ficam os presos do Sindicato RN, facção aliada à
Família do Norte (FDN) e ao Comando Vermelho (CV).
Em Alcaçuz, os presos
destruíram os bloqueadores de celular e derrubaram a energia elétrica. A
polícia cercou o local, mas só conseguiu entrar por volta das 7h30min de ontem,
quando a prisão estava parcialmente destruída e os corpos, espalhados. Alguns
cadáveres foram encontrados dentro de uma fossa em frente ao pavilhão 4 de
Alcaçuz, onde a maioria dos apenados foi morta. No local, os cerca de 200 homens
circulavam soltos, pois as celas estão destruídas desde março de 2015.
Dezoito feridos foram
socorridos em hospitais públicos em Natal e Parnamirim. Para atendê-los sem
prejudicar a população, a Secretaria Estadual de Saúde Pública precisou
convocar todos os cirurgiões gerais que estavam de folga.
Dezoito feridos foram
socorridos em hospitais públicos em Natal e Parnamirim. Para atendê-los sem
prejudicar a população, a Secretaria Estadual de Saúde Pública precisou
convocar todos os cirurgiões gerais que estavam de folga.
O Estado também enfrenta
dificuldades para transportar e reconhecer os corpos. A remoção começou a ser
feita com caminhonetes abertas, e o governo alugou uma câmara frigorífica para
acomodá-los. Também foi pedida a ajuda de peritos da Paraíba. O Rio Grande do
Norte não dispõe de um Instituto Médico Legal, mas sim de um Instituto Técnico
de Perícia (Itep), na zona portuária de Natal.
O diretor do Itep, Marcos
Brandão, disse que não há marcas de tiros nos corpos. “A maioria das mortes foi
causada por armas brancas.” Segundo ele, a identificação dos mortos pode
demorar até 30 dias. Dois corpos foram esquartejados.
Terceiro massacre
As mortes no Rio Grande do
Norte são mais um capítulo da guerra de facções nos presídios brasileiros, que
ganhou força na virada do ano e fez, em três massacres, 119 vítimas. No dia 1º,
presos da FDN lideraram a matança de 60 presos do PCC em Manaus, no Amazonas. A
retaliação veio após cinco dias, quando o PCC matou 33 rivais em uma prisão em
Boa Vista, Roraima. A disputa por rotas de tráfico de drogas nas fronteiras e o
avanço do paulista PCC no Norte e no Nordeste estão entre os motivos.
Na manhã de domingo, 15, o
presidente Michel Temer se manifestou por meio de sua conta no Twitter. Disse
que acompanhava a situação desde o dia anterior e que determinou ao ministro da
Justiça, Alexandre de Moraes, que preste o auxílio necessário ao governo do Rio
Grande do Norte. Quando houve o massacre em Manaus, o presidente foi criticado
por ter se manifestado apenas quatro dias depois.
Em nota, Moraes informou
que, a pedido do governador, autorizou “que parte dos R$ 13 milhões do Fundo
Penitenciário Nacional (Funpen), liberados no dia 29 de dezembro de 2016 para
modernização e aquisição de equipamentos, seja utilizada em construções que
reforcem a segurança no presídio”.
O presidente da Comissão
dos Advogados Criminalistas da Ordem dos Advogados do Brasil do RN, Gabriel
Bulhões, acusou o governo de omissão. “É uma tragédia anunciada. Havia a
informação de que eles estavam se armando há algum tempo. As medidas, porém, não
foram adotadas.” O secretário de Justiça e Cidadania do RN, Wallber Virgolino,
negou e disse que as “coisas mudam como as nuvens”. COLABORARAM TAÍS BARCELLOS
e LORENNA RODRIGUES.
Fonte:
http://www.msn.com/
EXCLUSIVO.
SUPOSTO ÁUDIO POR PRESOS DO PCC, COMEMORANDO A VITÓRIA NA GUERRA CONTRA FDN
Não
pudemos confirmar a veracidade da produção do áudio. Mas deixa claro o quanto a
vida humana nada vale para estas pessoas. Se é que posso chama-los assim...
Fonte:http://www.policiamg.com.br/2017/01/exclusivo-suposto-audio-de-dentro-de.html
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