O procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, vai apresentar uma segunda denúncia contra o
presidente Michel Temer antes do fim de seu mandato, em 17 de setembro. O texto
básico da acusação já está sendo elaborado pela equipe de Janot e o trabalho
deve ser concluído no início de setembro. A denúncia será feita a partir do
inquérito aberto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar Temer por corrupção,
obstrução de justiça e organização criminosa.
A primeira denúncia de
Janot, que acusava Temer de corrupção passiva, foi bloqueada pela Câmara no
início deste mês. Ainda não se sabe se a nova acusação estará centrada em um ou
nos dois crimes restantes. O caso está sendo mantido sob sigilo e até o momento
não está claro ainda qual crime será imputado ao presidente, que nega ter
cometido qualquer ato ilícito.
Porém, é dado como certo o
fato de que o procurador-geral usará elementos da delação do operador Lúcio
Bolonha Funaro para reforçar a denúncia contra o presidente Michel Temer.
A delação de Funaro,
assinada na terça-feira (22), deve embasar tanto acusações por obstrução de
Justiça quanto organização criminosa. No acordo, Funaro detalhou supostos
crimes que teriam sido cometidos pelo grupo político mais próximo de Temer.
Nas tratativas iniciais,
Funaro prometeu falar sobre um considerável número de políticos, entre eles
Temer e a bancada parlamentar ligada ao ex-deputado Eduardo Cunha. O inquérito
aberto contra o presidente tem como ponto de partida a delação do empresário
Joesley Batista e outros executivos da JBS.
A investigação tem como
carta na manga a gravação da conversa entre Temer e Joesley Batista, dono da
JBS, em março, no Palácio do Jaburu. No encontro, o empresário fala sobre
vários crimes que teria cometido, como suborno a um procurador da República, e
sinaliza a compra do silêncio de Funaro e Eduardo Cunha.
Por isso, há uma nova
expectativa que nessa nova denúncia que inclui a delação de Funaro possa
revelar. Na conversa com o presidente no Jaburu, Batista disse que fazia
pagamentos a Funaro. A ideia seria impedir que o operador fizesse delação.
Entenda o trâmite
Com a apresentação da
segunda denúncia contra Temer ao STF por Janot, o ministro Edson Fachin,
relator do caso, vai seguir os mesmos trâmites observados na primeira denúncia
da PGR contra o presidente, pelo crime de corrupção passiva.
Dessa forma, o ministro
deve ouvir a PGR e então encaminhar a acusação à Câmara, para que parlamentares
possam decidir se processam o presidente durante o mandato ou se suspendem a
tramitação do caso até o fim deste período. Fonte:www.jb.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário