Do Congresso em Foco
Com 55 votos a favor e 13
contra, com uma abstenção, senadores confirmaram na noite desta terça-feira
(20), em plenário a decisão tomada na madrugada de ontem (terça, 19) pela
Câmara em autorizar a consecução da intervenção federal que, formalizada em
decreto assinado na última sexta-feira (16) pelo presidente Michel Temer, dará
às Forças Armadas a tutela da segurança pública do Rio de Janeiro. Aprovado o
decreto, caberá ao presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), promover a
devida publicação nos canais oficiais e comunicar o resultado da deliberação à
Presidência da República.
Nos termos da lei, só com
a autorização do Congresso as tropas militares já instaladas no Rio de Janeiro
podem entrar em ação, apesar de operações já estarem em curso no estado. A
explicação das Forças Armadas é que estavam pendentes atividades concebidas
durante a vigência da Garantia da Lei e da Ordem decretada, entre julho e
dezembro do ano passado, em comunidades carentes do Rio.
A intervenção foi aprovada por deputados e senadores mesmo sem ainda ter sido detalhada – sequer há plano de incursão em áreas dominadas pelo tráfico, como lembraram alguns oposicionistas. Temer, primeiro chefe de Estado brasileiro investigado no exercício do mandato e a decretar intervenção federal após a redemocratização, tem aproveitado os casos de descontrole na segurança pública Brasil afora para anunciar providências complementares como a criação do que chamou, no último sábado (17), de “Ministério Extraordinário da Segurança Pública”. Além da determinação de tropas militares nas ruas do Rio de Janeiro, a ideia do emedebista é colocar logo em funcionamento a nova pasta para, segundo suas próprias palavras, evitar que os problemas do Rio transbordem para o resto do país.
A intervenção foi aprovada por deputados e senadores mesmo sem ainda ter sido detalhada – sequer há plano de incursão em áreas dominadas pelo tráfico, como lembraram alguns oposicionistas. Temer, primeiro chefe de Estado brasileiro investigado no exercício do mandato e a decretar intervenção federal após a redemocratização, tem aproveitado os casos de descontrole na segurança pública Brasil afora para anunciar providências complementares como a criação do que chamou, no último sábado (17), de “Ministério Extraordinário da Segurança Pública”. Além da determinação de tropas militares nas ruas do Rio de Janeiro, a ideia do emedebista é colocar logo em funcionamento a nova pasta para, segundo suas próprias palavras, evitar que os problemas do Rio transbordem para o resto do país.
Para elaborar parecer
favorável ao decreto, Eunício designou o senador governista Eduardo Lopes
(PRB-RJ) – suplente que herdou o cargo de Marcelo Crivella, eleito prefeito do
Rio de Janeiro em 2016. Aliado fiel de Temer, o parlamentar repetiu a tese da
inevitabilidade da intervenção em seu voto a favor da intervenção.
“Claro que sabemos que a
situação não é exclusiva do Rio de Janeiro. Sabemos que existem altos índices
de violência em outros estados. Mas, sem dúvida, o Rio de Janeiro repercute
muito mais, tanto internamente como internacionalmente”, discursou o senador,
na tribuna.
“No momento em que nós
vemos ladrões assaltando carrinho de cachorro-quente com fuzil, isso mostra que
a situação realmente é grave. Arrastões por toda a cidade, o medo imperando,
pessoas com medo de sair, cancelando compromissos, não participando de eventos
sociais com medo da violência”, acrescentou.
A medida virou o tabuleiro
político de cabeça para baixo no período pós-carnaval, quando o Congresso de
fato voltou a trabalhar. Para a maioria dos governistas, trata-se de “medida extrema negociada” – como
definiu no sábado (17) o próprio Temer – que se fez inevitável diante do caos
fluminense. Nesse sentido, o discurso da base centra esforços na desconstrução
da tese, patrocinadas por adversários de Temer, de que está em curso uma
intervenção militar no Rio, já que o interventor é o general Walter Braga
Netto, chefe do Comando Militar do Leste.
Para a oposição, foi a
maneira que o governo encontrou para camuflar a insuficiência de votos para a
reforma da Previdência, que já saiu de cena, bem como um jeito de “sair das cordas” na reta final de um
mandato marcado por denúncias de corrupção e uma impopularidade que tem
superado, renitentemente, 90% em todas as mais recentes pesquisas. Além do viés
“eleitoreiro” e “midiático” da
decisão, que pode agradar àquele eleitorado simpático ao recrudescimento do
combate à criminalidade, acrescentam os oposicionistas – o que deputados como
Paulo Teixeira (PT-SP) chamaram, na votação desta madrugada, de
“bolsonarização” da gestão Temer.
Canção do Exército Brasileiro
Canção do Exército Brasileiro
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