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terça-feira, 3 de dezembro de 2019

Delegada que recebia R$ 96 mil com acúmulo de cargos é demitida da polícia do Ceará



A delegada Márcia Janine Espíndola foi demitida da Polícia Civil do Ceará por acúmulo de cargos públicos. A decisão do governador Camilo Santana foi publicada no Diário Oficial do Estado de sexta-feira (29). A defesa da policial alega que a servidora enviou um pedido de suspensão da função para um dos órgãos e promete recorrer da decisão.

Conforme a publicação da demissão, a investigação da Controladora Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD) descobriu que Márcia Janine exerceu as funções de técnico ministerial do Ministério Público do Estado de Pernambuco entre agosto de 2006 e junho de 2013; e de delegada no Ceará, entre janeiro de 2012 e a data da demissão. No período de um ano e cinco meses que esteve nos dois cargos, a servidora recebeu mais de R$ 96 mil.

“No termo de reinquirição da processada [na CGD], esta admitiu que enriquecera ilicitamente com a acumulação dos cargos no Ministério Público de Pernambuco e na Polícia Civil do Ceará, confirmando a percepção de duplo ganho, sem a solicitação de ressarcimento dos vencimentos percebidos em razão do cargo de Técnico Ministerial, mesmo sem ter trabalhado neste último”, afirmou a publicação.

A investigação ainda encontrou incoerências no discurso da delegada. Segundo a decisão, a acusada mencionou que sempre quis exercer o cargo de delegada. Porém, ela já havia afirmado que desejava seguir na carreira ministerial, ao ser interrogada pela Procuradoria Geral de Justiça de Pernambuco, também sobre o acúmulo de funções nos dois estados.

“A atuação de um servidor público integrante da Polícia Civil do Estado do Ceará deve ser sempre pautada na legalidade, não devendo ele se afastar dos deveres de sua Instituição. Por conseguinte, foi isso que se constatou em relação à conduta da DPC [delegada da Polícia Civil] Márcia, a qual não observou a missão que lhe fora confiada, prejudicando a sociedade, além da imagem da instituição/Polícia Civil e sobretudo lesando os erários estaduais”, conclui a decisão.

Márcia Janine foi condenada pela Justiça Estadual de Pernambuco por peculato e acúmulo de cargos públicos. Em junho deste ano, a Vara dos Crimes Contra a Administração Pública e a Ordem Tributária de Pernambuco sentenciou a servidora a 7 anos de prisão, perda das duas funções e pagamento de mais de R$ 96 mil.

Questionada, a Polícia Civil do Ceará informou que informou que a ex-servidora Márcia Janine Espíndola foi retirada da folha de pagamento da instituição, depois da publicação, no Diário Oficial do Estado (DOE), de sua demissão. Disse ainda que a ex-servidora foi notificada para entregar a carteira funcional e demais acessórios da Polícia Civil. Por fim, esclareceu que Márcia Janine estava afastada por licença para tratamento de saúde desde o mês de agosto desse ano.

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