
“Nós somos batalhadoras,
vencedoras e empoderadas”. Essas foram as palavras da coronel PM Marinez
Ferreira Lins da Silva, para descrever as mulheres que atuam na Polícia Militar
de Pernambuco.
Oficial feminina da
primeira turma do concurso externo para o Curso de Formação de Oficiais da
Polícia Militar, a coronel Marinez ingressou na Corporação no ano de 1986, aos
19 anos de idade. O desejo de ser policial militar sempre existiu, tentou o
concurso para soldado, passou, mas não foi classificada entre as vagas
disponíveis. Algum tempo depois, por influência da irmã, tentou o concurso para
oficial, passou. Das duas mil e quinhentas candidatas apenas sete se
classificaram, ela ficou na segunda colocação.
Foram três anos de curso
de formação e a adaptação ao mundo militar e o convívio com os homens não foi
nada fácil. “Sofremos muita discriminação, os meninos sempre querendo nos
colocar para trás, mas competíamos de igual para igual, mostrávamos que não
estávamos ali para brincadeira. Por outro lado o respeito sempre foi muito
grande, lembro que o comandante chamou nossos familiares para conversar e
explicar como seria o regime de internato”, lembra a coronel.
Ao sair da Academia de
Polícia Militar do Paudalho, serviu como aspirante no recém-criado Batalhão de
Polícia Feminino, o BPFem. Depois voltou para a Academia, para colaborar na
formação de novas alunas oficiais, passou também pelo Sistema de Saúde, Hotel
de Trânsito, 5ª Seção do Estado Maior Geral, Diretoria de Tecnologia e
Ajudância Geral. Hoje está de volta ao Sistema de Saúde, dessa vez como
Diretora de Saúde. “Essa é uma experiência muito gratificante, o comandante
geral me confiou esse desafio, minha vida é feita de desafios e eu quero dar do
bom e do melhor para o meu usuário. Eu quero que o policial esteja na linha de
frente, mas sabendo que seu familiar está sendo bem cuidado”, disse a coronel
Marinez.
Sobre ser policial militar
hoje, a coronel disse que ainda existem alguns paradigmas a serem quebrados.
“Está mais fácil, mas ainda existem alguns paradigmas que precisam ser
quebrados. Graças à Deus eu conquistei o respeito do soldado mais moderno ao
comandante geral. Isso se deve ao trabalho que você faz incessantemente, se o masculino
faz “x” infelizmente nós temos que fazer “x” e “y”. Não deveria ser assim, mas
nós somos batalhadoras, vencedoras e empoderadas e podemos fazer qualquer
coisa”.
Para aquelas que estão
ingressando na Corporação e para quem tem o sonho de seguir a carreira militar
ela deixou um recado. “Sigam seus objetivos, se quiserem ser policiais
militares sejam determinadas e cumpram os desafios que virão. Portas já estão
abertas, vocês só precisam dar o seu melhor”.
Casada e mãe de um filho,
a coronel diz que nem sempre estar presente foi fácil. “Quando meu filho era
mais novo ele sentia muito minha ausência, porque a gente se afasta demais de
casa, a gente procura sempre dar o melhor pra eles, mas infelizmente a nossa
ausência é sentida. Hoje em dia ele se sente orgulhoso de mim, tanto ele,
quanto meu marido e meus familiares, mas é difícil, a gente esquece um pouco a
família pra se dedicar à família Policial Militar. A gente passa mais tempo
aqui do que com a própria família”, finalizou a coronel.
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Foto: Sgt Leandro Brayner
| 5a EMG | ASCOM PMPE.
Texto: Sd Júlia Miranda |
5a EMG | ASCOM PMPE.
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