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quarta-feira, 14 de outubro de 2020

Os fardos de João


Por Jornalista Magno Martins 

Parece que não tem sido fácil para o candidato do PSB a prefeito do Recife, João Campos (PSB), botar no colo, ou seja, na telinha da sua propaganda eleitoral, os dois puxadores da sua campanha para baixo, que atendem pelo nome de Paulo Câmara e Geraldo Júlio, que por acaso estão – e nada é para sempre – governador do Estado e prefeito do Recife, respectivamente. O primeiro ganhou o campeonato do pior gestor da República Pernambucana dos últimos 50 anos.

O segundo não fica muito atrás. Tem mais da metade da população recifense reprovando a sua gestão, algo beirando a casa dos 60%. Na verdade, para ser mais preciso, chega a exatos 56% de péssimo e ruim. Querer apadrinhar um candidato com tamanha rejeição é muita pretensão, é jogar o aliado na jaula dos leões. Pressionado pelo vaidoso Geraldo, que se acha a última Coca Cola do deserto recifense, João até cedeu em botar a carinha do bola murcha na TV, mas seus marqueteiros, sabidos, resistiram. E com razão!

Já Câmara Lenta, nem pensar. Sequer foi cogitado. Também pudera: não há na história recente do Estado um governador tão ruim de serviço. No seu Governo, nada funciona. Xodó do ex-governador Eduardo Campos, o Pacto pela Vida virou letra morta, matado, literalmente, pela sua incompetência. O Estado voltou a ser um dos mais violentos do País. A saúde virou um caos. Não paga em dia sequer o salário dos profissionais da área, que arriscam a vida na pandemia do coronavírus.

O Hospital Regional do Agreste é o exemplo mais recente desse desastre administrativo. Ali, médicos, enfermeiros e técnicos há quatro meses não veem a cor do dinheiro para pagar suas despesas mensais.  As estradas, a maior piada da gestão socialista de mentirinha, viraram passaporte para a morte. Esburacadas, sem sinalização e sem conservação, mais para tábua de pirulito, do litoral ao Sertão são um horror, um filme de assombração.

Se Geraldo e Câmara Lenta estivessem em sintonia com a sociedade, João não os transformaria em estrelas do seu guia eleitoral? A resposta é óbvia e tem parâmetros: foi Eduardo que elegeu Geraldo com a piada de mau gosto “foi Geraldo que fez”, todo dia no guia. Foi João Paulo, lá atrás, que elegeu o poste João da Costa. Foi Lula que elegeu e reelegeu Dilma. Governante bem avaliado elege sucessor e postes também. Dilma e João da Costa foram dois postes sem luz.

Geraldo e Paulo são dois fardos.

Mais ricos – Um levantamento feito pelo UOL mostra que candidatos que se autodeclaram brancos têm um patrimônio três vezes maior, em média, do que os que se declaram pretos, segundo os bens registrados junto ao Tribunal Superior Eleitoral. No levantamento, foram retirados da conta aqueles que não declararam ter bens ou os registros com valores desproporcionais e que eram apenas erros de digitação. Os casos mostram que quando se leva em consideração a cor da pele, os candidatos brancos aparecem no topo da lista dos que têm maior patrimônio médio, sendo de R$ 1,42 milhão entre os postulantes ao cargo de prefeito. Atrás deles, aparecem os candidatos pardos, com R$ 981 mil em bens. Já os pretos têm em média R$ 484 mil. Por último na lista, aparecem os índios com R$ 320 mil.

Condenados – Ao menos 350 candidatos que já ocuparam cargos públicos e tiveram condenações pelo Tribunal de Contas da União reprovando suas gestões nos últimos oito anos, prazo em que deveriam estar inelegíveis, estão na disputa das eleições municipais de 2020. O levantamento foi feito pelo jornal O Globo. De acordo com dados Tribunal Superior Eleitoral analisados pelo jornal, dois ex-gestores já possuem suas candidaturas aprovadas. Um desses condenados é o postulante à Prefeitura de Macapá, Professor Marcos (PT). Ele foi condenado pelo TCU quando ocupava o cargo de secretário de Segurança Pública e Justiça do Amapá, em 2009. Na ocasião, ele assinou um convênio com a União para a locação de espaços e compra de novos equipamentos para os Centros de Referência e Atendimento à Mulher Vítima de Violência do Estado. Para o Tribunal, os pagamentos foram feitos, mas os espaços ficaram ociosos.

Maceió – Levantamento feito pela empresa Paraná Pesquisas mostra que o deputado federal João Henrique Caldas (PSB) e o ex-procurador de Justiça Alfredo Gaspar de Mendonça (MDB) estão empatados tecnicamente, considerando a margem de erro de quatro pontos percentuais, na disputa pela Prefeitura de Maceió (AL). A pesquisa mostra JHC com 26,9% e Alfredo Gaspar com 25,9%. Estão com 15 pontos percentuais à frente do terceiro colocado, Cícero Almeida (DC), que aparece com 9,1%. Em seguida, aparecem também empatados: Davi Filho (PP), Lenilda Luna (UP), Josan Leite (Patriotas), Ricardo Barbosa (PT), Valéria Correia, Corintho Campelo (PMN) e Cícero Filho (PCdoB).

Polêmica – Na sessão do plenário, hoje, o Supremo Tribunal Federal (STF) deve rever, pelo menos em parte, a decisão do ministro Marco Aurélio Mello que determinou a soltura do traficante André do Rap com base na legislação que torna ilegal prisão preventiva que não for confirmada a cada 90 dias. Segundo ministros do STF, uma ala do Tribunal será favorável à decisão do presidente do Supremo, Luiz Fux, que cassou a liminar de Marco Aurélio Mello. Com isso, o traficante passou a ser procurado pela polícia. Ele pode estar na Bolívia ou no Paraguai. As decisões em direções opostas geraram um embate entre Fux e Marco Aurélio Mello. Outros ministros devem até concordar com a liminar concedida por Marco Aurélio, por uma análise ao pé da letra do artigo 316, incluído no Código Penal.

CURTAS

EFEITO SOCIAL – O auxílio emergencial contribuiu para a queda temporária da pobreza no Brasil. Este abono será mantido até dezembro, agora no valor de R$ 300. Segundo o estudo “Covid, Classes Econômicas e o Caminho do Meio”, da Fundação Getúlio Vargas (FGV Social), 15 milhões de brasileiros saíram da linha da pobreza até agosto de 2020, numa queda de 23,7%. As informações são do Blog do Riella. A comparação é feita com os dados fechados de 2019. De acordo com a definição usada pela FGV, a pobreza é caracterizada pela renda domiciliar per capita de até meio salário-mínimo (R$ 522,50). Segundo o coordenador da pesquisa, Marcelo Neri, apesar de o país ainda registrar 50 milhões de pobres neste momento, este é o nível mais baixo de toda a série estatística.

DEDO NA FERIDA – No Paredão Eleitoral da Rádio Cultura de Caruaru, ontem, o candidato do PP a prefeito do município, Erick Lessa, não assumiu a defesa do Governo Paulo Câmara nem tampouco admitiu vinculação da sua candidata com o governador. "O candidato apoiado pelo Governo em Caruaru é Marcelo Gomes, do PSB", disse. Na mesma entrevista, Lessa cobrou da prefeita Raquel Lyra (PSDB) a destinação dos R$ 35 milhões enviados pelo Governo Federal para o combate aos efeitos da pandemia do coronavírus. "Ninguém sabe onde esse dinheiro foi parar", afirmou. Perguntado se suspeitava de desvio, negou, mas insistiu com a cobrança.

Perguntar não ofende: Quando a Polícia Federal vai revelar o tamanho dos desvios da Covid no Recife?

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