Por José Edson de Moura.
Depois de dias intensos na UTI, entre o respirar difícil e o tempo suspenso, cheguei ao apartamento. Ali, o corpo repousa e o espírito volta a pensar. Foi nesse silêncio que recebi a visita de meu filho, o médico e amigo Sérgio Ricardo Soares de Moura. Falamos da vida, da medicina e do que há de mais precioso e invisível: o oxigênio.
Sim, o oxigênio — esse sopro de Deus que nos mantém acesos. Ele está em toda parte, gratuito, generoso, invisível. É o alimento da alma e do corpo, o elo entre o homem e o Criador. E, no entanto, passamos a vida sem lhe dar valor. Só o reconhecemos quando falta. Só o percebemos quando o peito se aperta e o ar se torna um bem escasso.
Meu filho, com serenidade, me disse: “Pai, a culpa é nossa, que às vezes ignoramos o essencial.” E eu compreendi. Tive saúde, força, e tantas vezes negligenciei o simples ato de respirar com gratidão.
Hoje sei: o oxigênio não é apenas um gás. É a metáfora da própria existência. É a graça que entra nos pulmões e alimenta o coração. É o símbolo da presença divina que nos sustenta mesmo quando não a vemos.
Agradeço a Deus, ao Dr. Ricardo Bandeira, aos que me assistiram com dedicação, e à minha família, que me deu o ar da esperança quando o corpo pedia socorro. Hoje respiro com reverência. Cada inspiração é uma oração; cada expiração, um agradecimento.
Quantas vezes desperdiçamos o milagre mais simples — o de viver. O oxigênio é a vida. E a vida, quando bem compreendida, é o mais puro sopro de Deus.
Fonte: Facebook Evandro Lira
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