
O déficit comercial em manufaturas vem crescendo aceleradamente no Brasil trazendo um enorme prejuízo à produção do país. De janeiro a novembro deste ano, o país já alcançou a cifra de 85 bilhões de dólares. Por essa razão, Armando Monteiro externou, nesta quarta-feira (14), no plenário do Senado, sua preocupação com a velocidade deste processo que, na opinião dele, traz graves prejuízos ao setor industrial brasileiro.
Para o senador, é necessário acompanhar atentamente a evolução do quadro. Em 2006, o déficit comercial em manufaturas era mais de dez vezes menor, 6 bilhões de dólares. A substituição da produção nacional por produtos importados no mercado brasileiro tende a causar fortes danos à indústria brasileira. Em consequência, isso se traduz em perdas de empregos e no desmonte das cadeias produtivas nacionais. Para Armando Monteiro, isso significa colocar a “plataforma industrial sob risco”.
Segundo o parlamentar, esse processo não é localizado, mas atinge duramente desde produtos de consumo final, como brinquedos, roupas, calçados, produtos eletrônicos, passando pelos bens intermediários, tais como produtos químicos e siderúrgicos, até alcançar a indústria de bens de capital.
“Não estou defendendo que o país possa produzir todos os bens nem mesmo que a economia deva se fechar. Porém, não é possível conviver com um processo perverso de transferência de empregos da indústria do Brasil, já consolidada, para o resto do mundo”, comentou Armando Monteiro.
Essa situação é reflexo da deficiência da infraestrutura do país, da elevada e complexa carga tributária e da taxa de juros bem acima da média mundial, além de um elemento adicional, conforme lembrou o senador: os incentivos fiscais dados pelos Estados às importações. “Os incentivos de ICMS dados pelos Estados aos produtos importados transfere empregos do Brasil para o exterior”, frisou o senador.
Assessoria de Imprensa
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