Mariana Oliveira
Do G1, em Brasília
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa,
mandou um repórter “chafurdar no lixo” nesta terça-feira (5). Depois
divulgou nota em que pediu desculpas aos profissionais da imprensa e
afirmou que respondeu de forma “ríspida” por estar tomado por “cansaço e
fortes dores”.
Barbosa saía de reunião do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), do
qual também é presidente, quando foi abordado pelo repórter Felipe
Recondo, do jornal “O Estado de São Paulo“.
Recondo iniciou uma pergunta: “Presidente, como o senhor está vendo…”.
Barbosa interrompeu e, em tom alto, disse: “Não estou vendo nada”.
Depois, na presença de jornalistas de vários veículos, o presidente
se voltou para o jornalista, aos gritos: “Me deixa em paz, rapaz. Me
deixa em paz. Vá chafurdar no lixo como você faz sempre”. (aqui, áudio)
O repórter, então, diz: “O que é isso, ministro? O que houve?”.
Barbosa responde: “Estou pedindo, me deixe em paz. Já disse várias vezes ao senhor”.
O jornalista tentou mais uma vez conversar com o presidente do
tribunal. “Eu tenho que fazer pergunta, é meu trabalho.” E Barbosa,
gritando, novamente disse: “Eu não tenho nada a lhe dizer. Não quero nem
saber do que o senhor está tratando.”
Depois, do elevador do prédio, Barbosa disse em tom alto: “Palhaço”.
Jornal não comenta
O diretor de redação do “Estado de S.Paulo” em São Paulo, Ricardo
Gandour, disse que é um fato público e não vai comentar o episódio.
Nota oficial do STF
Em nota assinada pelo secretário de comunicação do Supremo, Barbosa
pediu desculpas e afirmou que se trata de “episódio isolado que não
condiz com o histórico de relacionamento do ministro com a imprensa”.
Diz a nota, em sua íntegra:
“Em nome do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ministro
Joaquim Barbosa, peço desculpas aos profissionais de imprensa pelo
episódio ocorrido hoje, quando após uma longa sessão do Conselho
Nacional de Justiça, o presidente, tomado pelo cansaço e por fortes
dores, respondeu de forma ríspida à abordagem feita por um repórter.
Trata-se de episódio isolado que não condiz com o histórico de
relacionamento do Ministro com a imprensa.
O ministro Joaquim reafirma sua crença no importante papel
desempenhado pela imprensa em uma democracia. Seu apego à liberdade de
opinião está expresso em seu permanente diálogo com profissionais dos
mais diversos veículos. Seu respeito pelos profissionais de imprensa
traduz-se em iniciativas como o diálogo que iniciará no próximo dia 07
de março, quando receberá em audiência o Sr. Carlos Lauria,
representante do Comitê para Proteção de Jornalistas (CPJ), ONG com sede
em Nova Iorque.
Wellington Geraldo Silva,
Secretário de Comunicação Social – SCO
Supremo Tribunal Federal”
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