Filiado ao PT, o presidente da Central Única dos Trabalhadores de
Pernambuco (CUT-PE), Carlos Veras, cobrou ontem da direção da legenda
participação no diálogo que está sendo feito
em torno do posicionamento que o partido tomará na eleição para o
governo do Estado. O dirigente sindicalista ainda demonstrou resistência
em apoiar a candidatura
do senador Armando Monteiro Neto (PTB), como deseja a cúpula nacional do
PT. Lideranças locais ainda cogitam lançar nome próprio. A decisão deve
ser tomada até março.
“A Central defende os interesses dos trabalhadores, nada contra o senador,
mas avaliamos que Armando Monteiro tem uma trajetória ligada ao
empresariado e aos grandes usineiros. Nossa perspectiva é de que seja
construída uma candidatura voltada também para as reivindicações dos
trabalhadores”, defendeu Carlos Veras, em nota enviada pela assessoria
de imprensa da CUT.
Presidente da CUT - Carlos Veras.
Ele argumentou que, quando o parlamentar presidiu a Confederação
Nacional das Indústrias (CNI), “atendeu somente aos interesses do segmento empresarial” e criticou a defesa feita pelo petebista do projeto de lei
4330/2004 – em trâmite no Congresso –, que, no entendimento do
presidente da CUT-PE, prevê a terceirização “sem limites” das relações
de trabalho.
Em conversa com a
reportagem, Carlos Veras disse que só apoiará o senador se perceber
comprometimento dele com as causas dos trabalhadores e avaliou que o PT
tem quadros competitivos, como deputados federais e estaduais, para
disputar o Palácio das Princesas.
Carlos Veras apontou falta de diálogo da direção do PT com a Central e os mais de 200 sindicatos ligados à CUT, ao reclamar que tem tido conhecimento do debate travado no PT por meio da imprensa.
A cobrança aconteceu dois dias após o ato em comemoração
dos 34 anos da sigla, que contou com a presença de Carlos Veras – além
de outros dirigentes da CUT –, da direção estadual do PT e do senador
Armando Monteiro.
O senador buscou estreitar a relação com
a militância petista no ato, mas já encontrou resistência da base. Um
panfleto distribuído pela tendência Alternativa Socialista Democrática
defendia o lançamento de um nome próprio para fazer a defesa do legado
do PT. No discurso, Armando Monteiro exaltou sua contribuição na eleição
e no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – maior liderança do PT – ao ajudá-lo a se aproximar do segmento empresarial.
O segundo suplente de
Armando Monteiro – indicado na época pelo governador Eduardo Campos
(PSB) –, José Rodrigues é ex-presidente da Fetape, também ligada aos
petistas.
Por meio da sua assessoria, Armando Monteiro informou que não iria
comentar as insatisfações do dirigente por se tratar de questões
internas do PT.
(Fonte:Jornal do Comercio).
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