O ministro da Justiça,
José Eduardo Cardozo, anuncia a criação de uma estrutura permanente contra o
crime organizado, reunindo o governo federal e as polícias estaduais de São
Paulo, Minas, Rio e Espírito Santo. O Ministério também recebeu sugestões para
uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC), a fim de mudar o texto da
Constituição que tratar da Segurança Pública dando maior autonomia para a União
auxiliar os Estados. Entende o ministro que na segurança o governo federal não
pode ser um mero repassador de recursos.
Isso é o que se vem
cobrando há muito tempo. A segurança não pode ser pensada como fragmentos incomunicáveis
de um sistema federativo, como se o que acontece em um Estado nada tivesse a
ver com o vizinho. Todos somos parte de um só mapa. Assim o problema tem que
ser pensado. Essa estrutura que nasce de encontro do ministro e governadores do
Sudeste não se isolar do resto, tanto em relação à integração quanto aos
resultados.
É, contudo, o caminho
desejável para se ampliar o debate de um problema comum a todos e se buscar
respostas. Há de se encontrar saídas, não apenas no Sudeste, mas a partir
daquela região mais desenvolvida do País, como se fez e faz em países tão
grandes e complexos como o nosso e mesmo em experiências aqui desenvolvidas com
algum bom resultado, como se dá em nosso Estado no Pacto pela Vida, ou no Ceará
com a criação de Distritos-Modelos, através da integração das polícias civil e
militar.
Qualquer que seja a objetiva
por que se olhe a questão, prevalecerá o que vê o Observatório de Segurança
Pública:
“Os problemas relacionados
com o aumento das taxas de criminalidade, o aumento da sensação de insegurança,
sobretudo nos grandes centros urbanos, a degradação do espaço público, as
dificuldades relacionadas à reforma das instituições da administração da
justiça criminal, a violência policial, a ineficiência preventiva de nossas
instituições, a superpopulação nos presídios, rebeliões, fugas, degradação das
condições de internação de jovens em conflito com a lei, corrupção, aumento dos
custos operacionais do sistema, problemas relacionados eficiência da
investigação criminal e das perícias policiais e morosidade judicial, entre
tantos outros, representam desafios para o sucesso do processo de consolidação
política da democracia no Brasil”.
Esse Observatório está
na internet e procura facilitar acesso às informações sobre segurança pública
em São Paulo mas seu diagnóstico do problema se aplica integralmente ao País. A
busca de respostas que agora se inicia com o trabalho articulado de Ministério
da Justiça e governos do Sudeste não pode desprezar nenhuma das questões
associadas ao aumento da criminalidade e da sensação de insegurança, que dizem
respeito aos 5.570 municípios brasileiros.
Fonte:
Jornal do Comercio*
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