Por
Cláudio Soares*
O radialista Anchieta
Santos tem sua casa alvejada de balas na madrugada de domingo, em sua cidade
natal, Afogados da Ingazeira. O relato aparece também em boletim de polícia
registrado na delegacia da cidade mencionada.
Sobre a violência contra jornalistas, radialistas e liberdade de
imprensa no Pajeú, as estatísticas têm crescido assustadoramente.
É de costume que
jornalistas e radialistas sejam ameaçados ou amedrontados, sem condições dignas
de trabalho, ficam limitados na sua missão profissional de informar a sociedade
para dar a ela um importante instrumento de constituição e exercício da
cidadania. E essas variadas formas de violência são violações do direito humano
à comunicação, às liberdades de expressão e de imprensa.
Devemos defender,
veementemente, peremptoriamente, a liberdade de expressão nos diversos segmentos,
inclusive, nas rádios, e sermos adeptos que os cidadãos tenham o direito de
receber informações sobre tudo o que se passa no Brasil. Não há nenhuma
possibilidade de se ter uma imprensa livre sem que seus profissionais atuem
igualmente de forma livre ou tenham suas vidas e de seus familiares atingidas
por bandidos do anonimato.
Anchieta Santos é um
veterano na comunicação – seu perfil tem sido centrado mais na política. O
radialista foi o principal locutor das diretas já em Pernambuco, também, locutor
oficial da campanha do presidente Lula nos seus dois mandatos, e, por diversas
campanhas sempre comandou o palanque ao lado do mito pernambucano Miguel
Arraes. Foi também o principal apresentador das campanhas do ex-governador
Eduardo Campos. Por último, comandou no estado o palanque da vitoriosa eleição
do atual governador, Paulo Câmara.
Atualmente, Anchieta
apresenta uma edição de notícias nas rádios Pajeu de Afogados da Ingazeira e
Cidade FM de Tabira. Locutor de vozeirão e mestre na versatilidade, ele sempre
provoca o debate, faz críticas, oferece sugestões, e nunca fechou o microfone
para o público ou para contraditório.
Todos se encantam com o
mundo de notícias e as apresentações de Anchieta. Versátil, independente,
imparcial, destemido, habilidoso nas entrevistas, respeitador... Seu principal
objetivo é informar, nunca estigmatizar, hostilizar, ou atingir a honra de ninguém.
É no sertão que o locutor
de rádio pode ser comparado a um ator. A partir do momento que ele entra no ar,
esquece os seus problemas e incorpora um personagem. Uma figura séria,
agradável de ouvir. Não esqueça: Anchieta mudou o jeito de fazer rádio e,
consequentemente, a vida de muitas pessoas.
Faz do seu trabalho uma arte.
A palavra agora está com a
polícia que não pode deixar a impunidade reinar no sertão. A tentativa de
atemorizar, insensibilizar a sociedade como um todo, consiste em tentar calar a
voz do povo. Anchieta sempre defendeu aqueles que têm sede justiça. Então
reagir a isso é um dever de toda classe. Precisamos estar alertas e precisamos
nos mover como sociedade em nome inclusive destes companheiros que têm suas
vidas ameaçadas.
*Jornalista
e bacharel em direito
Blog
do Magno
Relatório
anual sobre violência contra jornalistas no Brasil.
Publicado
em 28 de jan de 2015
A Federação Nacional dos
Jornalistas divulgou, na última semana, o relatório anual sobre a violência
contra jornalistas e liberdade de imprensa no Brasil. Três profissionais foram
assassinados no ano passado e mais de cem sofreram agressões. Em entrevista
José Nunes, diretor da FENAJ fala sobre esses dados.
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