Bernadete S. Britto Rocha |
A Polícia Civil
apresentou, na manhã desta segunda-feira (20), a conclusão do inquérito do
quádruplo homicídio na cidade de Poção, no Agreste do Estado, ocorrido no
último dia 6 de fevereiro. A investigação aponta para a avó paterna da criança,
Bernadete de Lourdes Britto Siqueira Rocha, como a mandante do assassinato de
três conselheiros tutelares e da avó materna da menina. Bernadete é oficial do
Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE).
Segundo informações da
Polícia Civil, a mulher, com a ajuda de seu advogado, José Vicente, entrou em
contato com o detento Leandro José da Silva, apontado como o principal
intermediador da chacina. Ele fez contato com os executores Orivaldo Godê de
Oliveira, Égon Augusto Nunes de Oliveira, Ednaldo Afornso da Silva e Wellington
Silvestre dos Santos, conhecido como "Chaves", único foragido até o
momento. Com isso, dos sete suspeitos, seis foram presos. Eles vão responder
por homicídio duplamente qualificado, emboscada e por agir conforme a um grupo
de extermínio. A pena máxima é de 210 anos para cada um.
Segundo o gerente
operacional do Interior I da Polícia Civil, Erick Lessa, o crime teria sido
motivado por conflitos familiares e a disputa pela guarda da criança, uma
menina de três anos, cujo nome não foi divulgado por questão de segurança.
"No dia do crime, os alvos seriam o avô e a avó materna, além da tia. Como
a tia encontrava-se em outro estado e o avô com dores no joelho, a avó materna,
Ana Rita Venâncio, pediu ajuda ao conselho tutelar para buscar a criança na
escola. Mesmo visualizando quem estava no carro, Bernadete ordenou a execução
de todos, menos da neta", explicou.
Bernadete, inclusive, já
respondia a um processo na comarca de Pesqueira, no Agreste, pelo homicídio de
Jucy Venâncio de Brito, mãe da criança. Ela teria envenenado a própria nora .
"Meses depois da morte dela (de Jucy), Bernadete começou a arquitetar o
assassinato. Ela queria matar todos os parentes maternos da neta, que, para
ela, representavam uma ameça", afirmou Lessa.
Por meio de nota, o TJPE
explicou, no âmbito administrativo, as informações sobre o inquérito policial e
o indiciamento da oficiala de justiça serão encaminhadas à Corregedoria Geral
de Justiça e que “um Processo Administrativo Disciplinar será aberto e pode
resultar na demissão da servidora”. Já judicialmente, “o Tribunal deverá
aguardar que o Ministério Público de Pernambuco ingresse com uma ação, que
tramitará em uma Vara Criminal”.
Prisões
Após o crime, Oriovaldo,
Égon e Chaves fugiram para as regiões Norte e Nordeste, onde passaram por
Pinheiro, no Maranhão, e foram passar o Carnaval na cidade de Pio XII, também
no Maranhão. Depois do Carnaval, Chaves retornou para Pinheiro e Égon e
Orivaldo seguiram para a cidade de Abaetetuba, no Pará. Lá, Égon foi capturado
no último dia 28 de fevereiro. Já Chaves, que estava em Pinheiro, ao saber da
prisão de Égon, fugiu.
Orivaldo, que é pai de
Égon, foi preso em Serra Talhada no último dia 24 de março. Ednaldo foi preso
em Belo Jardim, no último dia 7 de abril. Leandro da Silva, intermediador do
crime, já se encontrava preso, cumprindo pena também por homicídio na cidade de
Arcoverde. Ao todo, Bernadete iria pagar R$ 45 mil pelo crime, parcelado em
duas vezes: R$ 25 mil após a execução e R$ 20 mil 15 dias após.
Matéria
elaborada por: Priscilla Costa, da Folha de Pernambuco
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