O líder do PT no Senado,
Humberto Costa (PE), entrou com uma representação no Ministério Público Federal
(MPF), nesta sexta-feira (2), para garantir o direito de manifestação dos
cidadãos contra o governo do presidente Michel Temer (PMDB) em São Paulo.
Mais de 34 mil pessoas já
confirmaram presença em um dos atos “contra o golpe”, que será realizado na
Avenida Paulista no domingo.
A iniciativa de acionar o
MPF foi tomada em conjunto com os deputados petistas Paulo Pimenta (RS), Wadih
Damous (RJ) e Paulo Teixeira (SP), depois que o Governo do Estado de São Paulo
proibiu o protesto na avenida por conta da passagem da tocha olímpica na via e
após Temer ter assinado um decreto que autoriza o emprego das Forças Armadas a
fim de reforçar a segurança e os trabalhos da operação.
“Queremos que o Ministério
Público tome providências para que sejam permitidas as manifestações contra
esse governo ilegítimo e que sejam tomadas medidas para coibir qualquer ação de
violência do Estado sobre os manifestantes. Os organizadores do protesto já
informaram que mudaram o horário do ato e o ponto de concentração para não
atrapalhar a passagem da tocha”, resumiu Humberto. Inicialmente
marcado para as 14h, o protesto, agora, será às 15h e terá ponto de
concentração no Masp.
No documento, os
parlamentares advertem que a “proibição de manifestações políticas, bem
como a utilização excessiva de violência para coibi-las, é postura própria de
regimes autoritários, que não têm legitimidade eleitoral e que dilaceram a
soberania popular”. “A liberdade de expressão é direito fundamental inerente à
democracia”, ressaltam.
Humberto lembrou que, na
última quarta-feira, a estudante Deborah Fabri, 19, perdeu a visão do olho
esquerdo devido a estilhaços de bombas lançadas pela Polícia Militar de São
Paulo em um protesto anti-impeachment no centro da capital paulista.
“Já são três dias seguidos
de manifestações com grande repressão da polícia. Temos de acabar com esse
autoritarismo e a repressão violenta do governo Temer. Já não basta o golpe que
remete a 1964, agora é preciso também perseguir, censurar e atacar quem luta
pela democracia em nosso país? A violência não intimidará o povo”, afirma
Humberto.
Ele e os deputados
informaram que também estão encaminhando a representação à Procuradoria Federal
dos Direitos do Cidadão e ainda irão acionar a Ordem dos Advogados do Brasil e
as organizações de Direitos Humanos da OEA e ONU.
O ato de domingo na
Paulista está sendo organizada pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo,
formadas por movimentos como o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e
CMP (Central de Movimentos Populares).
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