O ministro Teori Zavascki,
do Supremo Tribunal Federal, morreu na tarde desta quinta-feira em um acidente
de avião no mar da região de Paraty, no Rio de Janeiro, confirmou o filho do
magistrado, que tinha 68 anos, em uma rede social. Zavascki, assim como os
demais ministros, estava formalmente de férias, mas havia decidido interromper
o descanso para trabalhar na Operação Lava Jato, do qual era relator no STF _ou
seja, ele era o responsável por passos decisivos da mega investigação
relacionados aos políticos mais graduados do país, aqueles que têm foro
privilegiado e só podem ser julgados na mais alta corte brasileira.
A Força Aérea Brasileira
informou que o avião que caiu no litoral fluminense tinha o prefixo PR-SOM e
era de propriedade do hotel Emiliano, um luxuoso empreendimento com sedes em
São Paulo e no Rio de Janeiro. Contratado, o hotel não disponibilizou porta-voz
e não retornou até a publicação desta reportagem.
Segundo a FAB, a aeronave
que se acidentou, partiu do aeroporto de Campo de Marte, em São Paulo, às 13h01
desta quinta-feira. Às 14h foi informada a queda no município de Paraty, no
mar. "Por favor, rezem por um milagre", havia dito o filho do
ministro, Francisco Prehn Zavascki, em sua página no Facebook, assim que soube
que o magistrado estava a bordo.
Todos os olhos políticos
do Brasil seguiam de perto o ministro do Supremo porque estava nas mãos dele a
homologação das chamadas "delações do fim do mundo", as dezenas de
colaborações com a Justiça de executivos da empreiteira Odebrecht, incluindo a
de seu herdeiro e ex-presidente Marcelo Odebrecht. A expectativa era a de que
Teori Zavascki começasse a decidir em fevereiro se oficializava ou não as
delações que implicam centenas de políticos, incluindo integrantes dos núcleos
duros do Governo Michel Temer e da anterior gestão, da petista Dilma Rousseff.
Indicado para o STF
durante o Governo Dilma, Teori vinha demonstrando discrição ao longo do
processo da Lava Jato, inclusive nos momentos mais tensos, como quando
solicitou os processos do caso Lula na Lava Jato ao juiz Sérgio Moro, que cuida
da operação na primeira instância. O magistrado vinha respaldando a maioria das
decisões de Moro, mas também não se furtou a críticas no caso da divulgação do
áudio de Lula. Fonte:
brasil.elpais.com/brasil
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