Adélio Bispo, que deu uma
facada em Jair Bolsonaro, candidato do PSL à Presidência, alegando ter agido
"a mando de Deus", deixou Juiz de Fora, Minas Gerais, para Campo
Grande por volta das 7h55 de sábado (08/09/2018). Ele será levado para um presídio
federal, em um avião da Polícia Federal.
A transferência foi
determinada pela Justiça Federal durante a audiência de custódia, na tarde de
sexta-feira (07/09/2018).
Adélio Bispo foi preso
pela Polícia Militar de Minas Gerais logo após Bolsonaro ser atacado em Juiz de
Fora. Ele confessou a PM ser o autor da facada no candidato.
A Polícia Federal abriu um
inquérito, segundo o G1, para investigar o caso e já indiciou Adélio Bispo por
"atentado pessoal por inconformismo político".
Adélio também disse que
agiu sozinho, sem ajuda de partido político ou empresa. Policiais federais
consideraram o depoimento do suspeito como declarações de uma pessoa conturbada.
Durante audiência de
custódia a juíza federal Patrícia Alencar Teixeira de Carvalho, da 2ª Vara de
Juiz de Fora, converteu a prisão em flagrante do suspeito em prisão preventiva,
sem prazo determinado. Ao negar a soltura, a juíza escreveu que Adélio Bispo de
Oliveira representa risco à sociedade.
"Observo
que há, inclusive, notícia nos autos de divulgação do ódio aos ideais
defendidos por Bolsonaro, denotando, assim, que se colocado em liberdade
apresenta grave risco de reiteração criminosa ao próprio candidato ou a
outros."
Na decisão, a juíza afirma
que a defesa apontou insanidade mental, mas que isso deve ser informado por
escrito no processo e analisado pelo juiz que for tratar do caso.
A magistrada também
determinou que Adélio Bispo de Oliveira passasse por atendimento médico, uma
vez que reclamou de dores durante a audiência.
"Tendo
em vista que o custodiado reclamou de dores no corpo durante sua oitiva,
determino que passe por atendimento médico junto ao CERESP, antes de sua transferência
ao presidio federal."
Observações da juíza - No
termo da audiência de custódia, a juíza afirmou que trata-se de "delito
grave".
"Trata-se
de delito grave, que revela profundo desrespeito à vida humana e ao Estado
Democrático de Direito, notadamente, a liberdade constitucional de manifestação
dos ideais políticos, afetando de forma direta no processo eleitoral."
Na avaliação dela,
trata-se de delito "adredemente
planejado, tendo sido desferido golpe de faca no abdômen, sem direito de defesa
da vítima", o que criou "grande comoção pública". Para ela,
não há dúvidas da participação de Adélio.
"Observo
que existem imagens do delito, fortes, diga-se de passagem, as quais não deixam
dúvida acerca da materialidade delitiva."
A juíza também considerou
que as investigações devem prosseguir para identificar se houve envolvimento de
outras pessoas e frisou que "até o momento, não (foi) descartado
envolvimento politico-partidário".
Além de Adélio Bispo,
outras duas pessoas são investigadas pela Polícia Federal nesse caso, de acordo
com o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, que não deu detalhes sobre
as apurações.
O ministro evitou falar
sobre qual seria a motivação do ataque. Jungmann afirmou que a PF está
trabalhando com o setor de inteligência para reconstituição dos passos de
Adélio Bispo e toda a rede de relacionamentos dele.
Blog:
O Povo com a Notícia
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