Estourou ontem (18/10/2018)
o escândalo de fraude na campanha de Bolsonaro: um vasto grupo de empresários
de diversos ramos teriam injetado R$12 milhões comprando "pacotes de disparo em massa de mensagens" via Whatsapp
fazendo propaganda contra o PT e pró-Bolsonaro.
Em entrevista ao
Antagonista, Bolsonaro afirmou: “Eu não
tenho controle se tem empresário simpático a mim fazendo isso. Eu sei que fere
a legislação. Mas eu não tenho controle, não tenho como saber e tomar
providência. Pode ser gente até ligada à esquerda que diz que está comigo para
tentar complicar a minha vida me denunciando por abuso de poder econômico.”
Já virou praxe de
Bolsonaro se eximir da responsabilidade de seus discípulos, apoiadores e
eleitores. Assim como agora ele tenta se esquivar da responsabilidade do caixa
2, utilizou-se do mesmo discurso sobre a responsabilidade sobre as dezenas de
ataques promovidos por seus eleitores.
Não é uma grande novidade
que a campanha de Bolsonaro, que se recusa terminantemente a ir em debates
televisionados, é feita pela divulgação das chamadas "fake news" via
Whatsapp. A prática de financiamento da campanha não só é ilegal por ter sido
omitida da declaração do TSE, como é uma prática por si só ilegal o uso de
dados para finalidade eleitoral como foi feito. Esta Justiça até agora veio
dando inúmeras mostras de que escolheu o lado dos capitalistas e seus ataques,
ao prender arbitrariamente Lula, retirar mais o direito ao voto de mais de 3
milhões de pessoas, vazar delação para influenciar a favor de Bolsonaro o
primeiro turno e uma longa lista de manobras autoritárias. A estratégia
eleitoral e judicialista do PT veio se mostrando completamente impotente para
enfrentar os elementos mais reacionários que já se expressou de autoritarismo
do judiciário, os ataques por parte dos setores bolonaristas e toda a
direitização que representa a candidatura de Bolsonaro.
Bolsonaro já se mostrou
alinhado aos patrões mil e uma vezes. Em discurso para os patrões na
Conferencia das Indústrias este ano, Bolsonaro já teria dito que os verdadeiros
"patrões do Brasil" são os empresários, e que nesse sentido, faria um
governo que colocasse isso em primeiro lugar. Seu programa de governo também
deixa isso claro, com as medidas ultra neoliberais tomadas com seu guru da
economia, Paulo Guedes, levantando como carro-chefe da campanha privatizações,
extinção de estatais que não fossem compradas pelos capitalistas e ataques aos
direitos trabalhistas como a implementação da Reforma da Previdência e o fim do
13º salário, se ajoelhando diante da patronal nacional e estrangeira.
Tentando se lançar como
"outsider", político honesto e "anti-sistema", Bolsonaro
deixa cada dia mais evidente que não é nada disso que propaga ser. Na
realidade, é nada mais que o filho indesejado da Lava-Jato, que atuou em nome
de manipular as eleições para favorecer o candidato que mais agradasse a
burguesia. O judiciário golpista se utilizou de mil e uma manipulações,
manipulando as eleições como, por exemplo, a prisão arbitrária de Lula, que
impediu o povo de escolher em quem votar, além do sequestro concreto de mais de
3 milhões de votos justificados na implementação da "biometria".
Agora, esse mesmo judiciário que é um pilar do golpismo, inerte há no período
eleitoral sem realizar um mínimo movimento contra a enxurrada de fake news como
haviam se comprometido, se completam com a conivência golpista ao financiamento
privado de campanha, vedado até mesmo pela legislação burguesa.
Um candidato que está
imerso nesse sistema, com alianças sujas de toda forma com os patrões, preparado
para aplicar um programa de anti-trabalhador, de profundos ataques às mulheres,
negros e LGBTs.
Nós, da Esquerda Diário e
do MRT estaremos ao lado de todos aqueles que têm ódio profundo e rechaçam
Bolsonaro e todo seu programa ultra-neoliberal, machista, racista e LGBT fóbico.
Acompanhando este sentimento, declaramos voto crítico em Fernando Haddad, mas
clarificando que não temos nenhum acordo com a estratégia eleitoreira que é
absolutamente impotente pra frear a extrema direita e a política de conciliação
de classes levada pelo PT por 13 anos de governo. É necessário trazermos a luta
contra Bolsonaro, o golpismo e as reformas para o campo onde ela
verdadeiramente possa ter êxito: para a luta de classes. Por isso, defendemos a
construção de comitês de luta nos locais de trabalho e estudo, impondo que os
capitalistas paguem pela crise.
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