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quarta-feira, 4 de setembro de 2019

PAÍS QUE SACRIFICA EDUCAÇÃO, MAS GARANTE FUNDO ELEITORAL

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Por Nayara Sousa*

Em coletiva de imprensa realizada, na tarde da última segunda-feira, o presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Anderson Correia, confirmou que não haverá bolsas de mestrados e doutorado para novos pesquisadores a partir de Setembro. O objetivo é conseguir manter os bolsistas vigentes. O Capes é uma das principais entidades públicas de fomento à pesquisa do país.

Bolsistas que estiverem com suas pesquisas em andamento, não serão prejudicados. Com a medida, deixarão de ser investidos em pesquisa neste ano R$ 37,8 milhões.

No primeiro orçamento feito pela atual gestão, para 2020, a Capes perdeu metade da verba, que de R$ 4,25 bilhões neste ano passou para R$ 2,20 bilhões em 2020. O presidente da Capes, Anderson Ribeiro Correia, disse que o governo trabalha para tentar recompor o orçamento.

Cortes dessa magnitude representam um caótico cenário para a pesquisa no Brasil. Exercer a pesquisa requer tempo e dedicação, e muitas vezes de forma exclusiva. As bolsas representam a garantia de sustento para aquele pesquisador que estará abdicando de um vínculo de trabalho para empenhar-se na construção da ciência em seu país. Como haverá garantia de continuidade nos programas de pesquisa, se não existe investimento para continuidade?

Paralelamente a isso, podemos observar em debate a possibilidade de aumento do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), de R$ 1,86 bilhão para R$ 2,5 bilhões. Mais conhecido como Fundo Eleitoral, o FEFC é um fundo público à disposição dos partidos políticos para financiar as campanhas eleitorais dos candidatos. Nesse setor, não haverá cortes e sim possibilidades de aumentos significativos. O debate sobre a dotação para as Eleições Municipais de 2020 ocorrerá nessa quarta-feira (4), o relator do Projeto é o Deputado Wilson Santiago do PTB – PB. Se aprovado, o projeto passará para o Senado.

O paradoxo do Brasil é que, cortes são extremamente necessários em pesquisas que desenvolvem uma nação, mas cortes no Fundo Eleitoral, por exemplo, são inadmissíveis. Verbas de Gabinetes são sagradas, mas verbas para a educação não. E nessa controvérsia caminha nosso país, onde as prioridades ficam sempre evidentes e estas, simplesmente nos assustam.

*Enfermeira, pedagoga e professora universitária

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