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quarta-feira, 4 de setembro de 2019

POR QUE A LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE SE TORNOU CAMPO MINADO PARA BOLSONARO

O presidente Jair Bolsonaro tem até esta quinta-feira para decidir se vetará ou não a lei de abuso de autoridade, aprovada no Congresso

Foto: AFP / BBC News Brasil

O adiamento da decisão até o limite do prazo reflete a "sinuca de bico" em que se encontra o presidente. De um lado, sofre intensa pressão de parte da população, que entende que a lei vai enfraquecer o combate à corrupção, ao prever punições para policiais, promotores e juízes que fizeram mau uso de seu poder para prejudicar ou beneficiar alguém.

De outro lado, corre o risco de irritar a maioria dos parlamentares, desgastando sua relação com o Congresso. O presidente tem propostas impopulares pela frente a serem apreciadas, em especial no Senado, como a Reforma da Previdência e a indicação de um dos seus filhos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), para assumir a embaixada brasileira nos Estados Unidos.

O presidente chegou a dizer nesta terça, em café da manhã com jornalistas do jornal Folha de S.Paulo, que seu filho perderia muitos votos com os vetos e, por isso, seguraria mais um pouco a formalização da indicação.

"Olha, estou ali, entre a cruz e a espada, porque, se eu vetar tudo, crio um problema com parte do Congresso e, obviamente, a população vai aplaudir. Se eu não vetar nada, crio um problema com a população", reconheceu o próprio presidente, na semana passada, segundo relato da líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP),

Na tentativa de se equilibrar entre os dois grupos, o presidente deve vetar parcialmente a proposta. "Deve chegar a quase 20 (vetos). Tem artigo que tem que ser mantido porque é bom", disse a jornalistas, na porta do Palácio do Alvorada, ontem de manhã.

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