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AFP / BBC News Brasil
O adiamento da decisão até
o limite do prazo reflete a "sinuca de bico" em que se encontra o
presidente. De um lado, sofre intensa pressão de parte da população, que
entende que a lei vai enfraquecer o combate à corrupção, ao prever punições
para policiais, promotores e juízes que fizeram mau uso de seu poder para
prejudicar ou beneficiar alguém.
De outro lado, corre o
risco de irritar a maioria dos parlamentares, desgastando sua relação com o
Congresso. O presidente tem propostas impopulares pela frente a serem
apreciadas, em especial no Senado, como a Reforma da Previdência e a indicação
de um dos seus filhos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), para
assumir a embaixada brasileira nos Estados Unidos.
O presidente chegou a
dizer nesta terça, em café da manhã com jornalistas do jornal Folha de S.Paulo,
que seu filho perderia muitos votos com os vetos e, por isso, seguraria mais um
pouco a formalização da indicação.
"Olha, estou ali,
entre a cruz e a espada, porque, se eu vetar tudo, crio um problema com parte
do Congresso e, obviamente, a população vai aplaudir. Se eu não vetar nada,
crio um problema com a população", reconheceu o próprio presidente, na
semana passada, segundo relato da líder do governo no Congresso, deputada Joice
Hasselmann (PSL-SP),
Na tentativa de se
equilibrar entre os dois grupos, o presidente deve vetar parcialmente a
proposta. "Deve chegar a quase 20 (vetos). Tem artigo que tem que ser
mantido porque é bom", disse a jornalistas, na porta do Palácio do
Alvorada, ontem de manhã.
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