Por Renata Mariz, André de Souza, Leandro Prazeres e Gustavo Maia
BRASÍLIA - O ministro da
Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que compras feitas pelo Brasil de
equipamentos de proteção individual, como máscaras e gorros, da China
"caíram" após os Estados Unidos adquirirem um grande volume de
produtos. Segundo Mandetta, a mesma corrida por respiradores tem ocorrido. Ele
disse que "demos um passo atrás" na aquisição desses itens fundamentais
ao enfrentamento ao covid-19.
Hoje os Estados Unidos
mandaram 23 aviões cargueiros dos maiores para a China, para levar o material
que eles adquiriram. As nossas compras, que tínhamos expectativa de concretizar
para poder fazer o abastecimento, muitas caíram.
Mandetta disse que, no
caso de respiradores, importantes para pacientes graves, fornecedores que já
tinham sido contratados, mas disseram que não tinham mais estoque para atender.
Nós estávamos comprados,
tínhamos, quando começamos a pedir. Entregaram a primeira parte. Na segunda
parte, mesmo com eles contratados, assinados, com o dinheiro para pagar, quem
ganhou falou: não tenho mais os respiradores, não consigo te entregar. Então,
nós voltamos de algo que a gente achava que a gente já tinha, demos um passo
para trás.
Mandetta voltou a falar
que será preciso normatizar o uso de máscaras N95, considerada mais moderna
para filtrar o ar. Segundo ele, o equipamento terá o nome de cada profissional
de saúde e será esterilizada para ser usada por diversas vezes.
A gente espera que a China
volte a ter uma produção mais organizada, e a gente espera que os países que
exercem o seu poder muito forte de compra já tenham saciado das suas necessidades
para que o Brasil possa entrar e comprar a parte para proteger nosso povo.
Mandetta afirmou que o
problema atual é de "sistema" e a aquisição só estará concretizada
quando o produto estiver "na mão".
Eu só acredito na hora que
estiver dentro do meu país, na minha mão. Eu tenho um contrato, um documento,
um dinheiro para comprar. Às vezes o colapso é: você tem o dinheiro, e não tem
o produto. Não adianta ter o dinheiro - afirmou Mandetta.
Você pode ter o PIB do
país e dizer: eu quero comprar. A fábrica não consegue te atender. O mundo
inteiro também quer. Temos um problema hoje de demanda hiper aquecida sobre são
os itens-chave.
Segundo ele, as
secretarias estaduais de Saúde estão abastecidas atualmente, exceto eventuais
problemas pontuais, mas apelou a gestores locais que façam suas compras também:
A compra que o Ministério
da Saúde está tentando fazer centralizada é um esforço. Façam vocês também,
localmente internacionalmente. Os recurso que a gente repassa podem ser usados.
No sábado, porém, Mandetta
deu orientação diferente, ao reclamar de competição entre União com estados e
prefeituras nas compras de equipamentos de proteção individual. O ministro
disse, na ocasião, que um mesmo equipamento chegou a ser "vendido duas,
três vezes". Mandetta vinha defendendo que só o ministério comprasse.
Fonte:https://oglobo.globo.com
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