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quarta-feira, 1 de abril de 2020

Compra em massa dos EUA à China cancela contratos de importação de equipamentos médicos no Brasil, diz Mandetta


Por Renata Mariz, André de Souza, Leandro Prazeres e Gustavo Maia

BRASÍLIA - O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que compras feitas pelo Brasil de equipamentos de proteção individual, como máscaras e gorros, da China "caíram" após os Estados Unidos adquirirem um grande volume de produtos. Segundo Mandetta, a mesma corrida por respiradores tem ocorrido. Ele disse que "demos um passo atrás" na aquisição desses itens fundamentais ao enfrentamento ao covid-19.

Hoje os Estados Unidos mandaram 23 aviões cargueiros dos maiores para a China, para levar o material que eles adquiriram. As nossas compras, que tínhamos expectativa de concretizar para poder fazer o abastecimento, muitas caíram.

Mandetta disse que, no caso de respiradores, importantes para pacientes graves, fornecedores que já tinham sido contratados, mas disseram que não tinham mais estoque para atender.

Nós estávamos comprados, tínhamos, quando começamos a pedir. Entregaram a primeira parte. Na segunda parte, mesmo com eles contratados, assinados, com o dinheiro para pagar, quem ganhou falou: não tenho mais os respiradores, não consigo te entregar. Então, nós voltamos de algo que a gente achava que a gente já tinha, demos um passo para trás.

Mandetta voltou a falar que será preciso normatizar o uso de máscaras N95, considerada mais moderna para filtrar o ar. Segundo ele, o equipamento terá o nome de cada profissional de saúde e será esterilizada para ser usada por diversas vezes.

A gente espera que a China volte a ter uma produção mais organizada, e a gente espera que os países que exercem o seu poder muito forte de compra já tenham saciado das suas necessidades para que o Brasil possa entrar e comprar a parte para proteger nosso povo.

Mandetta afirmou que o problema atual é de "sistema" e a aquisição só estará concretizada quando o produto estiver "na mão".

Eu só acredito na hora que estiver dentro do meu país, na minha mão. Eu tenho um contrato, um documento, um dinheiro para comprar. Às vezes o colapso é: você tem o dinheiro, e não tem o produto. Não adianta ter o dinheiro - afirmou Mandetta.

Você pode ter o PIB do país e dizer: eu quero comprar. A fábrica não consegue te atender. O mundo inteiro também quer. Temos um problema hoje de demanda hiper aquecida sobre são os itens-chave.
Segundo ele, as secretarias estaduais de Saúde estão abastecidas atualmente, exceto eventuais problemas pontuais, mas apelou a gestores locais que façam suas compras também:

A compra que o Ministério da Saúde está tentando fazer centralizada é um esforço. Façam vocês também, localmente internacionalmente. Os recurso que a gente repassa podem ser usados.

No sábado, porém, Mandetta deu orientação diferente, ao reclamar de competição entre União com estados e prefeituras nas compras de equipamentos de proteção individual. O ministro disse, na ocasião, que um mesmo equipamento chegou a ser "vendido duas, três vezes". Mandetta vinha defendendo que só o ministério comprasse.

Fonte:https://oglobo.globo.com

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