O Instituto Butantan e o
governo de São Paulo informaram hoje (23) que a vacina CoronaVac apresentou
eficácia superior a 50%, percentual mínimo recomendado pela Organização Mundial
da Saúde (OMS) para registro de um imunizante, e terá o registro pedido à
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
No entanto, a divulgação
dos dados de eficácia foi adiada. A justificativa foi que o laboratório Sinovac
– parceiro do Butantan no desenvolvimento da vacina – pediu mais 15 dias de
avaliação para que os dados sejam comparados a resultados de pesquisas em
outros países, evitando que a vacina tenha diferentes índices de eficácia
anunciados.
“Atingiu-se os índices exigidos tanto pela nvisa quanto pela OMS nos estudos de Fase 3”, disse o secretário de estado da Saúde, Jean Gorinchteyn. Segundo informações do governo, ontem foram recebidas as primeiras análises do estudo clínico de Fase 3, com 13 mil voluntários em 16 centros científicos no Brasil.
“Nós
atingimos o limiar da eficácia, que permite o processo de solicitação de uso
emergencial, seja aqui no Brasil, seja na China. Temos um contrato com a
Sinovac que especifica que o anúncio desse número precisa ser feito em conjunto
no mesmo momento. Ontem mesmo apresentamos esses números à nossa parceira, que,
no entanto, solicitou que não houvesse a divulgação do número pelo motivo de
que eles necessitam de analisar cada um dos casos para poder aplicar à NMPA
[agência de saúde da China]”, disse o diretor do Instituto Butantan, Dimas
Covas.
A Sinovac solicitou o
envio da base de dados, que foi transferida na manhã de hoje, segundo Covas,
para que possam realizar a análise. Após o prazo de até 15 dias, os resultados
finais serão encaminhados à Anvisa e à National Medical Products
Administration, agência de saúde da China.
Segundo o diretor do
Butantan, essa solicitação do laboratório chinês está prevista no contrato.
Covas afirmou, no entanto, que isso não terá nenhuma influência no programa de
desenvolvimento da vacina. O governo paulista diz que, até o final do mês, 10,8
milhões de doses da vacina chegarão ao país. Hoje dia (24), um carregamento com
insumos para 5,5 milhões de doses desembarca no Aeroporto Internacional de
Viracopos, em Campinas.
De acordo com o diretor do
Instituto Butantan, a CoronaVac é a vacina mais segura de todas as que estão em
teste no momento. “Quer dizer, um
excelente perfil de segurança, com manifestações adversas leves, com uma
frequência muito baixa, sendo que a reação mais presente foi dor no local da
injeção. Mesmo essa manifestação não foi substancialmente diferente entre o
grupo vacinal e o grupo placebo.”
Edição:
Aline Leal / Agência Brasil
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