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terça-feira, 5 de março de 2013

Estado e Força Sindical contra MP

Eduardo Campos selou parceria com Paulinho da Força, para combater partes da MP dos Portos no Congresso


O governador do Estado, Eduardo Campos, selou ontem uma "aliança" estratégica com a Força Sindical e os trabalhadores portuários na briga contra alguns pontos da Medida Provisória nº 595, a MP dos Portos. Descontente com a possibilidade de perder autonomia nas futuras licitações de terminais privados no Complexo de Suape e no Porto do Recife, Eduardo se reuniu ontem com o presidente da Força, deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), e líderes da central sindical. Colocou à disposição a bancada pernambucana e os parlamentares sob sua influência no Congresso para defenderem os interesses trabalhistas. Em contrapartida, recebeu o apoio dos trabalhadores para tentar reverter à centralização em Brasília, mais especificamente na Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), sob o olhar da Secretaria Especial dos Portos (SEP).

A união representa um reforço maior para Pernambuco que para os sindicalistas. Enquanto o governo federal acena publicamente para uma flexibilização nas questões trabalhistas impactadas pela MP, "manter as regras do jogo", como Eduardo Campos defende, e deixar que os Estados com portos próprios (Suape) ou delegados (Recife) toquem as licitações é um ponto com pouca margem de negociação.

A parceria oficializada ontem - mas que há dias é ventilada nos corredores - tem, segundo o governador, o objetivo de aproveitar a abertura de diálogo promovida pelo Palácio do Planalto até o dia 15 deste mês, obtida justamente pelo endurecimento dos portuários que fizeram greve e até invadiram navios.

O apoio foi imediato e enérgico. O deputado Paulinho da Força afirmou que vai começar, nesta semana, um "processo de esclarecimento", pois considera que "a maioria dos deputados imagina porto com as pessoas carregando saco nas costas".

Em seguida, praticamente cantou vitória nos debates dentro da comissão especial mista. "Dos 27 parlamentares temos o apoio de mais da metade. O governo pode, sendo derrotado, levar a MP para ao Plenário, onde é muito difícil ganhar do governo. Só ganhamos com muita pressão de rua. Não deixaremos essa MP ser votada do jeito que está hoje. Podemos ter uma greve por tempo indeterminado assim que a MP começar a ser votada no Congresso. Ou o governo atende os trabalhadores ou carrega os contêineres nas costas", engrossou.

Paulinho mostrou ainda disposição para iniciar diálogo com outro governadores - algo que o chefe do executivo pernambucano admitiu não ter feito ainda. Na lista de encontros estão Sérgio Cabral, do Rio de Janeiro, e Beto Richa, do Paraná. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, já recebeu os sindicalistas.

"Vamos marcar com os Estados que têm portos para mostrar que essa MP destrói os portos públicos em detrimento de três ou quatro grandes empresários do Brasil", afirmou.

Afinado, Eduardo Campos vestiu no ato a camisa de defensor dos portuários (leia em Política). "Não é tão expressivo assim o custo da mão de obra no custo geral da logística, os estudos demonstram isso. Custo nos portos têm a ver muito com investimentos em infraestrutura nas ferrovias e nas rodovias que dão acesso. No funcionamento dos órgãos públicos federais 24 horas", listou.

A MP prevê aos novos terminais privados a possibilidade de não contratarem trabalhadores avulsos por intermédio do Órgão de Gestão de Mão de Obra (Ogmo).

Fonte: Jornal do Commercio/PE

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