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sábado, 31 de agosto de 2013

Cidadão de Paulo Afonso, Zé Miron

José Miron morreu aos 94 anos 
Por Folha Sertaneja* 
Ao meio-dia de quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010, morreu, na residência do seu filho Assis Siqueira, com quem morava há 15 anos,no Bairro Abel Barbosa, um dos mais antigos pioneiros de Paulo Afonso, José Miron de Siqueira, conhecido como fotógrafo Zé Miron.

Seu Zé Miron nasceu em Tabira-PE em 8/6/1915 e chegou a Paulo Afonso ainda em 1946. Em 1948 começaram os preparativos para o início das obras da Chesf e ele já estava por aqui. Ficou mais conhecido pela função de fotógrafo cuidadoso, que ajustava cautelosamente seu equipamento que não possuía os recursos modernos e, por isso demorava até fazer a foto. Esse seu jeitão calmo de trabalhar virou folclore. Ainda hoje, quando alguém demora a fazer a foto ouve logo a frase “bate logo, Zé Miron”.

Para a família esse tratamento “é mesmo uma forma de elogiar o cuidado que ele sempre teve em fazer as fotos com a melhor qualidade possível na época”, diz Assis Siqueira, hoje com 63 anos, nascido em Mata Grande-AL mas morador de Paulo Afonso desde os 3 meses de idade. Assis, que conviveu de mais perto com o pioneiro Zé Miron que morava com ele em sua casa os últimos quinze anos de vida, fala saudoso, mas acalentado pelas boas histórias construídas por seu pai em Paulo Afonso e relembra alguns desses momentos históricos.

Conta Assis que, embora Miron tenha chegada em Paulo Afonso ainda antes da Chesf e o Dr. Mucini (médico, diretor do HNAS e muito influente na Chesf, ofereceu emprego a Zé Miron na Hidrelétrica) ser o seu compadre, padrinho de crisma do próprio Assis, “ele nunca quis trabalhar na Chesf. Sempre preferiu fazer o trabalho de “free lance” e registrou momentos importantes do começo da vida de Paulo Afonso”. “Na verdade, lembra Assis, meu pai ficou conhecido como fotógrafo mas ele consertava máquinas a vapor, dessas de descaroçar algodão, que havia muitas na região ainda, foi ourives e era vendedor, representante da Hermes na região”.

E acrescenta o filho orgulhoso, “na verdade, meu pai foi naquela época o que hoje conhecemos como repórter fotográfico. Em uma de suas ações ele observou que no BTN, no início da criação do bairro, ele descobriu que, embora existisse canalização de água para uma enorme caixa-d`água que ainda existe lá, a água não chegava ali nem nas casas dos moradores. Pai descobriu que a água estava sendo desviada para propriedades, chácaras de amigos de pessoas responsáveis por esse abastecimento d`água. Ele fotografou a irregularidade, fez com o assunto chegasse ao conhecimento de jornalista do jornal a TARDE que divulgou o fato. Isso deu demissão de gente e o sistema de abastecimento de água ali foi regularizado”.

José Miron, além ter o Foto São José, tinha também uma vidraçaria, e em parceria com o Sr. Bráulio, que era caixa do Restaurante da Chesf, fundou da Gráfica Jatobá onde Assis Siqueira, o filho, trabalhou com ajudante, como intercalador.

Uma grande perda para a história de Paulo Afonso foi quando uma das costumeiras enchentes na chamada Rua do Riacho, por onde passa agora o canal emissário da cidade, invadiu a casa e o laboratório de Zé Miron e destruiu todo o acervo fotográfico que ali esta, praticamente a memória da cidade naqueles tempos. "As fotos, os negativos em acetato e muitos em vidro, tudo foi destruído, levado pelas águas, ou destruído pela água e pela lama", diz Assis Siqueira, também fotógrafo como o pai.

Outro dado sobre sua vida em Paulo Afonso foi o interesse de entrar para a política partidária, ainda no início dos anos 50 quando Abel Barbosa, dentre outros estavam em campanha aberta para o cargo de vereador pelo Distrito de Paulo Afonso na Câmara Municipal de Glória. Ele não conseguiu se eleger e voltou-se a cuidar de suas múltiplas atividades comerciais.

 Na inauguração da Praça com seu nome, no Bairro Abel Barbosa

A família seguiu os passos do pai e avô. Assis Siqueira montou o Foto Center sendo o pioneiro na região com equipamentos digitais de última geração, atuando em Paulo Afonso e cidades de Alagoas e Pernambuco, hoje com atividades mais reduzidas. Depois passou o negócio para os filhos Beto e Alexandre e cuida da Chácara Regina.
Da descendência de Jose Miron são cinco filho,s oito netos, três bisnetos e um tataraneto. Em sua homenagem há uma praça com o seu nome no Bairro Abel Barbosa onde morava com o filho Assis Siqueira. A praça foi construída e inaugurada na gestão do Prefeito Wilson Pereira (de camisa xadrez, na foto). Ao seu lado, o filho Assis Siqueira.


“Não chego ao meio-dia”

Conta Assis que “logo cedo, por volta das 7 horas da manhã, fui dar o banho matinal dele, trocar as fraldas para levá-lo para sua cadeira como fazia todos os dias. Hoje, ele se recusou a fazer isso. Disse que não estava molhado e realmente não estava e que queria ficar na cama. Ontem, continua Assis, ele teve difuldade em engolir a água que tomava; hoje, tomou normalmente. Quando eu ia saindo ele me chamou e disse: “Não se preocupe não, mas daqui para o meio-dia talvez eu não esteja mais vivo”. Eu respondi, “que é isso, pai. Que besteira é essa?” E saí... Ás 11:40, a esposa me liga agitada, pedindo pra eu chamar o SAMU que meu pai estava tossindo muito, e muito agitado. Corri pra casa e quando cheguei, antes de meio-dia, ele tinha acabado de morrer.”
O curioso disso tudo é que fato semelhante aconteceu com meu avô, que morreu também aqui em Paulo Afonso com mais de 90 anos e, no começo da tarde disse para o pessoal da família que não chegaria vivo à noite. Faleceu antes das 18 horas. A história se repete.”
Um dos primeiros que acorreram à Câmara dos Vereadores foi o vice-prefeito Jugurta Nepomuceno, que comentou: “Assis, mais um das história viva de Paulo Afonso que se vai”.

Cidadão de Paulo Afonso

Na Câmara, ainda na Av. Getúlio Vargas, fez emocionado discurso ao ser homenageado

Uma semana depois de completar 79, no dia 14 de junho de 1994, a Câmara Municipal de Paulo Afonso outorgou ao pioneiro José Miron de Siqueira o título de Cidadão de Paulo Afonso. “A Câmara Municipal de Paulo Afonso, de acordo com a Resolução 268, de 27 de Maio de 1993, confere ao Ilmo. Sr. José Miron de Siqueira o Título de Cidadão de Paulo Afonso em reconhecimento aos relevantes serviços prestados ao município”.
A homenagem foi proposta pelo vereador Gerson Ferreira de Albuquerque (Gerson Campeão), através da Resolução 268, de 27/05/1993 quando era Presidente da Câmara o Vereador Edson Oliveira dos Santos (agora Maciel), e o 1º Secretário o vereador Marcondes Francisco dos Santos, ainda em atuação na Cãmara, já na sexta legislatura.


 
Cidadão de Paulo Afonso. A homenagem da Câmara de Vereadores

O título foi entregue em solenidade realizada na Câmara Municipal e na presença de familiares, convidados, muitos deles contemporâneos do Sr. José Miron que não escondia de ninguém a sua alegria de ver a sua história de luta em Paulo Afonso reconhecida pela unanimidade dos vereadores que tinha 15 vereadores naquela legislatura.

Velado na Câmara de Vereadores de Paulo Afonso desde as primeiras horas da tarde do dia 24 de fevereiro, o sepultamento do Sr. José Miron de Siqueira acontecerá às 10 horas da manhã do dia 25, após cerimônia fúnebre, saindo o féretro para o cemitério Pe. Lourenço Tori. Poucas pessoas no sepultamento de Zé Miron


Familiares e alguns amigos no sepultamento
        
Jazigo da família

Poucas pessoas foram dar o último adeus ao fotógrafo, pioneiro de Paulo Afonso, falecido na quarta-feira (24), aos 94 anos. O tabirense, reconhecido pela Câmara de Vereadores como Cidadão de Paulo Afonso em 1994, teve o seu corpo velado nas instalações do Poder Legislativo desde a tarde desse dia até às 10 horas da manhã do dia 25 quando foi conduzido para o cemitério Pe. Lourenço Tori onde foi sepultado no jazigo da Família Miron. Tudo muito simples. Presentes apenas os familiares e uns poucos amigos do seu tempo como Abel Barbosa, Sebastião Leandro, Luiz Tenório, Josias, Jorge Roberto, poucos. Considerado o pioneiro da fotografia na região, segundo registros da família, ele chegou a Paulo Afonso em 05/01/1945 (e não em 1946, como dissemos) e ele próprio afirmou em reportagem publicada no periódico Atualidades Foto Center em seu Nº 1, de Agosto de 1996: “Na época que cheguei aqui,não tinha nada absolutamente. A feira era na Barra, município de Glória”. (O povoado Barra, terra de seu Dionízio Pereira de Souza e família, foi inundado pelas águas da Barragem de Moxotó, construída pela Chesf).
        
E disse ainda Zé Miron : “Depois que casei, morei muito tempo em Mata Grande, Alagoas”. “Ao descobrir, no meio da feira, a fotografia, decidiu comprar sua primeira máquina chamada Jardim da Luz, popularmente conhecida como Lambe-Lambe”, diz o informativo.

Fotografias: Antônio Galdino.
Fonte: Paulo Afonso Digital
http://www2.padigital.com.br

O Miron News presta esta homenagem ao Sr. Zé Miron.

 Jornalista Vanderlei Miron*
"Tive a oportunidade de Conhecer Zé Miron irmão de meu avô Abelardo Miron que reside em Tabira no Sitio Malhada dos Bois, dos irmãos de Abelardo, pela graça é vontade de Deus é o único que se encontra vivo com 93 anos. Mem lembro quando trabalhava de motorista em Paulo Afonso para o Irmão  Luciano de Tabira. É numa entrega de produtos de limpeza conheci sua filha Solange que mem recebeu com muita alegria em sua casa. Através dela conheci o Sr. Zé Miron irmão de meu avô e os outros irmãos de Solange.  Em um domingo que não me lembro a data falamos sobre o meu avô, os meus pais é tive a oportunidade de ouvir suas historias de vida em Paulo Afonso. Foi muito gratificante, acredito que essa oportunidade foi Deus quem permitiu que pudesse conhecer sua pessoa, pois o mesmo Deus que permitiu velo é o mesmo que levou para o sono dos justo, que no tempo de Deus ele ira ressuscitar os mortos e arrebatar os seus filhos que se encontram ainda  nesta Terra.
O tempo passou e não tivemos mais contato, hoje Formado em Jornalismo encontrei este arquivo que relata a historia de um dos membros da família Miron quer contribui bastante para a Historia é crescimento de Paulo Afonso no Estado da Bahia.  Matéria histórica que não só ficara nos nossos corações mais na mente dos tabirenses que navegam no site "Miron News".

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