Enquanto Estados e Municípios se esforçam para aplicar o mínimo previsto em lei, União deixa de gastar, por dia, R$ 22 milhões que deveriam ser destinados à saúde pública no Brasil
Ao
longo dos últimos 12 anos, o Ministério da Saúde deixou de aplicar
quase R$ 94 bilhões no Sistema Único de Saúde (SUS) – valor superior ao
que Estados e municípios gastam em um ano com a saúde pública. A
conclusão é o do Conselho Federal de Medicina (CFM), que, com base em
dados do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi), revela
em detalhes os resultados da falta de qualidade da gestão financeira em
saúde. Segundo o presidente da CFM, Roberto d’Ávila, as informações
serão encaminhadas ao Congresso Nacional, Ministério Público Federal e
ao Tribunal de Contas da União, que há pouco mais de um ano investiga o
cumprimento, por parte da União, da lei que regulamenta a aplicação de
recursos no SUS.
“Cabe
aos Conselhos de Medicina promover, por todos os meios, o perfeito
desempenho técnico e moral da Medicina. Também nos preocupa a gestão dos
recursos – o que impacta diretamente na assistência da população e na
atuação dos profissionais –, e, por este motivo, passaremos a acompanhar
de perto o orçamento da saúde. Só assim conseguiremos mostrar à
população as reais dificuldades de infraestrutura que milhares de
médicos e outros profissionais de saúde se deparam todos os dias”,
anunciou Roberto d’Ávila.
No
período apurado, R$ 852,7 bilhões foram estimados para o Ministério da
Saúde no Orçamento Geral da União (OGU). Os desembolsos, no entanto,
chegaram a R$ 759,2 bilhões. Já em 2013, apesar do maior orçamento já
autorizado na história da pasta – pouco mais de R$ 100 bilhões –, 66,7%
tinha sido aplicado até o último dia 15 de outubro. “O SUS precisa de
mais recursos e por isso entregamos ao Congresso Nacional mais de dois
milhões de assinaturas em apoio ao projeto de lei de iniciativa popular
Saúde+10, que vincula 10% da receita bruta da União para o setor. Por
outro lado, é preciso que o Poder Executivo aperfeiçoe sua capacidade de
gerenciar os recursos disponíveis”, criticou d’Ávila.
Fonte: CFM Conselho Federal de Medicina*
Fonte: CFM Conselho Federal de Medicina*
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