A Secretaria de Defesa
Social de Pernambuco (SDS) afastou o delegado Jorge Ferreira, da Delegacia da
Mulher, no Recife, após ele ser acusado de publicar em redes sociais
declarações injuriosas a respeito da vereadora carioca Marielle Franco
(PSol-RJ), executada no último dia 14 de março, no Rio de Janeiro. “Há apenas
um mês, ele (Jorge Ferreira) dava plantões na Delegacia da Mulher de Santo
Amaro, sem exercer cargos de chefia ou coordenação na unidade”, disse a nota
divulgada pela SDS à imprensa.
O conteúdo da postagem foi
encaminhado à Corregedoria Geral da SDS, que iniciou uma investigação
preliminar.
“Verificando-se a procedência da apuração, será instaurado um
Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD), no qual o servidor terá direito
à ampla defesa e ao contraditório. Até a conclusão da investigação, o servidor
ficará à disposição do setor de recursos humanos da PCPE”.
A nota diz, ainda, que “o
teor das afirmações é incompatível com o posicionamento do Governo, da
Secretaria de Defesa Social e da Polícia Civil, que prezam e focam todos os
seus esforços na preservação da vida, proteção dos cidadãos, tolerância e paz
social”.
Fala do delegado
Em sua página no Facebook,
o delegado se defendeu as acusações dizendo que sua conta foi invadida e que
jamais se posicionaria desta forma.
“Eu sou a favor da Lei, da ordem. o que eu
venho compartilhando é para fomentar discussão. Logo que aconteceu esse
homicídio (a execução de Marielle), se começou a acusar a Polícia Militar e eu
disse que seria interessante ver todas as possibilidades antes de acusar
determinado segmento. Ainda mais porque eu faço parte”, disse em transmissão ao
vivo em sua página.
“Estou aberto a todas as
conversas e vou exigir investigação e que o Facebook me explique como isso é
possível”, disse Jorge Ferreira, argumentando que, ao trocar a senha de sua
conta, verificou que ela estava logada em vários aparelhos diferentes,
inclusive localizados em outras cidades.
“Alguém teria logado na minha conta na
cidade do Crato. Eu nunca estive no crato e é impossível que eu estivesse no
Crato na noite de ontem. Eu não sei o que significa, mas quando mudei a senha,
o dispositivo perguntou se eu queria sair de todos, eram pelo menos 12”.
O delegado detalhou que
estava jantando no plantão da Delegacia da Mulher, na noite do último sábado
(17), quando um amigo ligou avisando sobre as acusações de injúria contra
Marielle. “Em alguns minutos, o mesmo amigo manda um print da postagem com um
‘pseudo texto’ meu e com foto minha. O texto (divulgado em um blog) é muito
grave porque teria provas, sim, de que eu estaria injuriando, dizendo que ela
transitava entre facções”, disse ainda Jorge Ferreira, na mesma transmissão ao
vivo.
“Aquilo me apavorou porque em momento algum eu postei aqui, nem é da minha
natureza, quem me conhece sabe”.
No mesmo vídeo, Jorge
Ferreira diz que tem posturas políticas duras, mas “jamais diria um absurdo
desse”, “ainda mais de uma mulher, ativista”, e que, embora tenha outro
posicionamento político, não estimularia o crime, o ódio entre as pessoas.
“Até
porque eu trabalho em uma delegacia especializada em crimes contra a mulher e
fui escolhido pelo meu caráter”.
Por fim, Ferreira sugeriu a invasão da sua
conta na rede social.
“As pessoas sabem dos meus posicionamentos e eu fiz muitos
desafetos”.
Fonte: Da Folha PE
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