
Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula
Do blog de Jamildo
Em resolução aprovada
no ultimo sábado dia (9), em Belo Horizonte (MG), onde foi lançada na noite anterior a
pré-candidatura de Lula à presidência da República, a executiva nacional do PT
admitiu abrir espaço na composição da chapa majoritária para os dois partidos
com que têm crescido as articulações de aliança: PSB e PCdoB.
“Essa construção
passa pela indicação do candidato a vice-presidente em entendimento com os
partidos aliados”, afirma o documento.
O PSB não tem candidatura
própria lançada ao Palácio do Planalto após a desistência do ex-ministro do
Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa. Enquanto isso, o PCdoB lançou a
deputada estadual Manuela D’Ávila para a disputa, em ato com a participação do
próprio Lula.
Ambos os partidos têm
conversado também com o PDT, que tem como presidenciável Ciro Gomes.
Antes, na negociação com o
PSB, era proposta uma aliança nos 11 estados, incluindo Pernambuco, mas não uma
coligação nacional. No último dia 31, o presidente nacional do PSB, Carlos
Siqueira, havia dito que não há clima para uma aliança nacional com o PT.
“Não
existe (conversas para fechar a aliança nacional com o PT). Se essa discussão
existe é fora do partido”, disse.
O Blog de Jamildo tentou contato com ele e
outros socialistas neste sábado, mas as ligações não foram atendidas.
Documento impacta nos
estados
A resolução pode
interferir na aliança com o PSB nos estados, incluindo Pernambuco, onde o apoio
à reeleição do governador socialista Paulo Câmara lima a candidatura da petista
Marília Arraes ao cargo. O texto determina que as decisões locais devem ser submetidas
à comissão.
“Está clara, portanto, a
primazia do projeto nacional sobre as disputas regionais”, afirma o documento.
O texto afirma que a prioridade é “construir uma coligação nacional para apoiar
a candidatura Lula com PSB, PCdoB e outros partidos” e que essas siglas devem
indicar o vice na chapa. Além disso, os palanques estaduais devem seguir a
mesma orientação.
A resolução vem após a
presidente nacional do partido, Gleisi Hoffmann, fazer um aceno ao PSB e
colocar o partido como aliança prioritária. “Se tivermos uma aliança nacional
com o PSB, as alianças locais vão ser estabelecidas em razão da aliança
nacional”, havia afirmado em entrevista coletiva antes do evento de lançamento.
“É natural que os
pré-candidatos reafirmem suas pré-candidaturas, porque se nem eles se
defenderem, como vão convencer os outros a defenderem, né? Isso é natural, A
gente também tem, por parte do PT, em alguns lugares, candidaturas que são
viáveis, importantes, que também se defendem, têm apoio partidário, mas que possivelmente
a gente tem que conversar para formar uma aliança. Esse é o processo, as coisas
acontecem assim”, disse ainda, em resposta que minimizou a manutenção do nome
do ex-prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB), para o governo. A
retirada da candidatura do socialista e o apoio à reeleição do governador
mineiro, Fernando Pimentel (PT), é uma das condições para a aliança.
No Estado, uma parte dos
petistas, incluindo o senador Humberto Costa, defende apoiar a reeleição do
governador Paulo Câmara, vice-presidente nacional do PSB que tem estado à
frente das articulações com os petistas. Outro grupo é a favor da candidatura
da vereadora do Recife Marília Arraes.
Essa semana, após a
parlamentar aparecer em empate técnico com o socialista, mas à frente dele, em
pesquisa interna do partido, o senador afirmou que continua defendendo a
aliança, mas que não iria se opor à candidatura e que o assunto deveria ser
decidido pela executiva nacional do partido, alegando que, para ele, o apoio
ajudaria Lula.
Durante o ato em Minas
Gerais, Marília Arraes alfinetou o PSB em transmissão ao vivo no seu Facebook.
“É imprescindível a unidade dos partidos de esquerda, mas essa unidade não pode
vir mediante chantagem, mediante condicionamento, essa unidade tem que vir mediante
posicionamento ideológico”, afirma no vídeo. A vereadora cita o PCdoB e diz que
o partido esteve com o PT em momentos como os que antecederam a prisão de Lula,
em São Bernardo do Campo, em abril. “Diferentemente, por exemplo, do PSB”.
Leia a íntegra da
resolução do PT
“O agravamento constante
da crise política, econômica e social do país confirma o acerto do Partido dos
Trabalhadores em sustentar, como prioridade absoluta, a candidatura do
companheiro Lula à Presidência da República.
Essa prioridade absoluta,
que corresponde ao anseio da grande maioria do povo brasileiro, foi adotada em
resolução do Diretório Nacional nos dias 15 e 16 de dezembro de 2017, para
enfrentar os retrocessos e atrasos impostos pela articulação golpista que se
apossou do país.
A mesma resolução apontou
que cabe ao PT viabilizar e fazer vencedora a candidatura Lula, sendo este
nosso maior dever e responsabilidade para com o país e o povo brasileiro. Logo
em seguida a esta prioridade, foram estabelecidos os objetivos de fortalecer as
bancadas na Câmara e Senado e reeleger os governos estaduais do PT.
Está clara, portanto, a
primazia do projeto nacional sobre as disputas regionais. Toda e qualquer
definição de candidaturas e política de aliança nos estados terá que ser
submetida antecipadamente à Comissão Executiva Nacional, também como definido
na Resolução de dezembro.
No decorrer desses quase
seis meses, a evolução da conjuntura tem mostrado que nosso candidato, mesmo
preso injustamente, lidera a disputa presidencial com larga vantagem,
registrando nas pesquisas um percentual maior que a soma das intenções de votos
de todos os demais candidatos.
Neste sentido, a CEN,
reunida em 09 de junho de 2018 em Belo Horizonte, resolve estabelecer os
seguintes critérios para nossa tática eleitoral:
a) Construir uma coligação
nacional para apoiar a candidatura Lula com PSB, PCdoB e outros partidos que
venham a assumir este apoio.
b) Essa construção passa
pela indicação do candidato a vice-presidente em entendimento com os partidos
aliados.
c) O PT deve construir
palanques estaduais com partidos de centro-esquerda, preferencialmente com PSB,
PCdoB e outros partidos que apoiem Lula, sempre de acordo com a tática
eleitoral nacional.
d) A CEN conduzirá, este
processo, por meio do GTE, iniciando as tratativas para a aliança nacional e
nos estados em que governamos e em que aqueles partidos governam, sempre
cabendo à CEN a decisão final.
e) Nos demais estados o PT
deve priorizar as alianças com os partidos considerando a composição da nossa
chapa de deputados federais e senadores, bem como buscando participação nas
chapas majoritárias sempre que possível.
Belo Horizonte, 9 de junho
de 2018
Comissão Nacional
Executiva do Partido dos Trabalhadores”
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