
Depois de duas semanas de
investigação, a Polícia Federal (PF) não encontrou, até o momento, nenhum
indício de que Adélio Bispo de Oliveira tenha agido a mando de uma segunda
pessoa quando esfaqueou o candidato a presidente da República Jair Bolsonaro
(PSL), conforme disse ao jornal O Globo, nesta quinta-feira (20/9), uma fonte
que conhece o caso de perto.
Segundo a reportagem, não
há indicativo também de ajuda de uma outra pessoa a Adélio para cometer o
crime, como chegou a ser especulado no início. A Polícia Federal concluiu nesta
quinta a primeira parte da apuração e pediu prazo de 15 dias para apresentar
relatório final do caso – a prorrogação já foi autorizada.
Depois de encerrado o
primeiro inquérito, a Polícia Federal usará a prorrogação para aprofundar ainda
mais a investigação do crime. Mesmo sem indicativos claros de mandantes ou
participação de terceiro, a polícia pretende esgotar todas as hipóteses para
não deixar nenhuma margem de dúvida sobre as circunstâncias e as
responsabilidades pela tentativa de assassinato do candidato à Presidência,
informa O Globo.
Para investigadores e
pessoas próximas ao caso, o segundo inquérito seria mais uma medida de cautela
da polícia contra eventuais críticas que propriamente uma necessidade. O
resultado das investigações converge com a versão apresentada desde o primeiro
depoimento por Adélio Bispo de Oliveira. Ele agiu por conta própria motivado
por divergências políticas com Bolsonaro.
Num novo depoimento,
prestado na segunda-feira (17), o agressor repetiu que esfaqueou o candidato
por causa de “divergências ideológicas” entre os dois. Para chegar à conclusão
sobre a inexistência de um mandante, a equipe de inteligência da polícia fez
uma devassa nos dois últimos anos da vida do autor do ataque.
Computadores, celulares,
contatos telefônicos, contas bancárias e redes sociais estão sendo devassados.
Mais de 10 policiais participam da análise do material e a PF também pediu à
Justiça a quebra dos sigilos telefônico, telemático e bancário do agressor “Para o pleno
esclarecimento dos fatos apurados, até o momento a Polícia Federal entrevistou
38 pessoas, colheu 15 depoimentos formais de testemunhas, realizou três
interrogatórios formais do preso e analisou dois Terabytes de imagens. Foram
realizadas diligências investigativas em Juiz de Fora, Montes Claros, Uberaba,
Uberlândia, Pirapitinga, Belo Horizonte e Florianópolis”, diz nota divulgada
pela polícia nesta quinta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário