
Foto: PAULO WHITAKER / REUTERS
SÃO PAULO - Com baixa
votação entre os evangélicos, o candidato do PT à Presidência da República,
Fernando Haddad, vai apresentar nesta quarta-feira uma carta para eleitores
fieis das igrejas desse segmento. No documento, o petista assumirá o
compromisso de não enviar ao Congresso nenhum projeto para legalização do
aborto.
De acordo com pesquisa
Ibope divulgada nesta segunda-feira, Jair Bolsonaro (PSL) tem 74% dos votos
válidos entre os evangélicos contra 61% no computo geral da população. Desde a
última semana do primeiro turno, uma série de líderes vem declarando apoio ao
presidenciável do PSL.
Nesta quarta-feira, Haddad
terá um encontro em um hotel de São Paulo com lideranças evangélicas. A carta,
em que o candidato também se comprometerá em não propor a legalização das drogas
, deve ser lida no encontro.
A campanha petista se
queixa que adversários têm espalhado fake news para esse segmento de eleitores.
Uma delas apresenta Haddad como responsável por distribuir nas escolas o
chamado "kit gay" quando ministro da Educação. O material polêmico
foi proposto, mas nunca chegou às escolas porque foi vetado pela Presidência.
Era destinado aos alunos do ensino médio e tinha como objetivo combater a
homofobia.
Na segunda-feira, o
ministro Carlos Horbach, do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), determinou a
suspensão de links de sites e redes sociais com a expressão usada por
Bolsonaro. A campanha de Haddad avalia que historicamente o PT tem boa conexão
com o eleitorado evangélico, mas nesta disputa a relação foi prejudicada por
causa das fake news.
No documento, Haddad cita
passagens bíblicas e diz ser vítimas de mentiras sobre sua conduta. Como
resposta às mentiras, que é cristão, vem de família religiosa e que é
"casado há 30 anos com a mesma mulher".
Também afirma que não
enviará projeto de aprovação do aborto ao Congresso.
"Nenhum dos nossos governos encaminhou ao Congresso leis
inexistentes pelas quais nos atacam: a legalização do aborto, o kit gay, a
taxação de templos, a proibição de culto público, a escolha de sexo pelas
crianças e outras propostas, pelas quais nos acusam desde 1989, nunca foram
efetivadas em tantos anos de governo. Também não constam de meu programa de
governo", afirma Haddad na "carta ao povo evangélico".
Segundo o ex-ministro
Gilberto Carvalho, um dos coordenadores da campanha, haverá na reunião desta
quarta-feira representantes das igrejas Batista, Presbiteriana e Assembleia de
Deus, mas nenhum liderança nacional. No último parágrafo da carta aos
evangélicos, Haddad diz:
"A Deus,
clamo como o salmista: ´guia-me com a tua verdade e ensina-me, pois tu és Deus,
meu Salvador, e a minha esperança está em ti o tempo todo.' (Salmos 25:5)”.
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