Dois criminosos mataram 8
pessoas e cometeram suicídio nesta quarta-feira (13). Mais de 5 mil pessoas já
passaram pelo funeral coletivo, que começou por volta das 6h30.
Amigos e familiares se
despedem, nesta quinta-feira (14), das oito vítimas do massacre em Suzano (SP).
Na quarta (13), dois criminosos abriram fogo e mataram sete pessoas na Escola
Estadual Raul Brasil. Antes do ataque, um deles baleou e matou o próprio tio em
uma loja de automóveis.
Um velório coletivo, com
seis das vítimas, ocorre desde as 6h30 na Arena Suzano no Parque Max Feffer.
Desde então, mais de 5 mil pessoas passaram pelo local. Lá são velados:
Caio
Oliveira, 15 anos.
Kaio
Lucas da Costa Limeira, 17 anos.
Samuel
Melquíades Silva de Oliveira, 16 anos.
Claiton
Antonio Ribeiro, 17 anos.
Eliana
Regina de Oliveira Xavier, 38 anos.
Marilena
Ferreira Vieira Umezo, 59 anos.
O velório de Douglas
Murilo Celestino começou por volta de 1h em uma igreja evangélica em Suzano.
O corpo do comerciante Jorge Antônio de Moraes está sendo
velado no Cemitério Colina dos Ypês, em Suzano, onde será sepultado.
Velório
coletivo
Mais de 20 coroas de
flores estão distribuídas pela arena. Uma grade divide a área reservada para as
famílias das vítimas, e um corredor foi montado para o público circular pelo
local.
Uma missa ecumênica está
prevista para acontecer no local às 11h. Os corpos sairão da Arena às 15h, com
um intervalo de 30 minutos entre cada um e seguirão em cortejo até o cemitério.
Eles serão enterrados no Cemitério São Sebastião, com exceção do corpo de
Marilena Umezo, que será sepultado apenas no sábado (16), quando um dos filhos
dela retornar do exterior.
O prefeito de Suzano,
Rodrigo Ashiuchi, e o ministro da Educação, Ricardo Vélez, estiveram na Arena.
Vélez passou diante de cada caixão e abraçou as famílias. O governador de São
Paulo, João Doria, também é esperado no local.
Rosana Silva é tia de uma
das vítimas, Eliana Xavier, e também é voluntária de uma ONG que trata de
violência. Ela foi se despedir da sobrinha e prestar solidariedade às outras
famílias de vítimas.
“É
muito triste tudo isso que está acontecendo, foi uma coisa inesperada. Cadê a
segurança? Nossos filhos vão para escola e a gente não sabe se eles vão voltar?
Nosso governo libera armas e não pensa nas consequências. Olha quantas vidas
perdidas, quantas famílias destruídas”, disse Rosana.
Sobre a sobrinha, ela
contou que era uma pessoa muito boa, tratava bem todo mundo. “Sempre gostou de trabalhar lá e era muito
amiga dos alunos”, afirmou. Eliana era agente de organização escolar.
Cerca de 50 profissionais
da rede municipal de saúde estão prestando atendimento na Arena Suzano, entre
médicos psiquiatras e clínicos gerais, psicólogos, terapeutas ocupacionais,
enfermeiros, auxiliares de enfermagem e assistentes sociais.
Enterro
dos assassinos
Os corpos dos autores do
massacre, Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, 25,
ainda estão no Instituto Médico-Legal (IML) de Mogi das Cruzes, na região
metropolitana de São Paulo. Só serão liberados quando todos os mortos no ataque
forem enterrados para evitar que parentes dos assassinos e das vítimas se
encontrem.
O
ataque
Um adolescente e um homem
encapuzados atacaram a Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano (SP), na manhã
desta quarta-feira (13) e mataram sete pessoas, sendo cinco alunos e duas
funcionárias do colégio.
Em seguida, um dos
assassinos atirou no comparsa e, então, se suicidou. Pouco antes do massacre, a
dupla havia matado o proprietário de uma loja da região.
Os assassinos – Guilherme
Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de 25 – eram ex-alunos
do colégio.
A polícia diz que os dois
tinham um “pacto” segundo o qual cometeriam o crime e depois se suicidariam.
Ainda não se sabe a
motivação do crime. Foram feitas buscas na casa dos assassinos, e a polícia
recolheu pertences dos dois. As famílias dos criminosos também foram ouvidas.
‘Terrorismo
doméstico’
O Ministério Público de
São Paulo informou, na noite desta quarta-feira (13), que vai investigar em que
circunstâncias ocorreram as dez mortes do massacre em Suzano. O trabalho será
realizado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
O objetivo é apurar a
possível existência de organização criminosa que tenha colaborado para
“eventual cometimento de crimes relacionados a terrorismo doméstico, como
apontam os primeiros indícios”, diz o órgão. O termo terrorismo doméstico é
usado para definir atentados terroristas cometidos por cidadãos contra o seu
próprio povo ou governo.
Imagens
de câmeras de segurança
Uma câmera de segurança
registrou o momento em que Guilherme Taucci Monteiro entra na Escola Estadual
Raul Brasil, em Suzano, e atira em quem estava logo após a porta de entrada. O
vídeo abaixo mostra o momento em que Monteiro entra na escola, saca a arma e
aponta para as vítimas.
Guilherme Taucci Monteiro,
de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de 25, eram ex-alunos da instituição.
Eles estavam em um carro branco alugado, estacionaram em frente ao portão do
colégio e entraram pela porta da frente, que estava aberta. (Via: G1 Globo)
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