Usuários do transporte
público em Pernambuco precisarão adequar suas finanças, pois, neste domingo
(5), entra em vigor o primeiro reajuste na tarifa do Metrô do Recife, que passa
de R$ 1,60 para R$ 2,10.
Até março de 2020, o preço da passagem terá mais cinco
aumentos e chegará ao valor de R$ 4.
Contudo, os sucessivos reajustes não devem
ser revertidos em melhorias para os usuários do sistema.
A receita a mais deve
apenas ajudar a suprir um déficit já existente nas operações metroviárias.
No Recife, os custos esse
ano vão chegar a aproximadamente R$ 541 milhões.
Atualmente, o Metrô arrecada
cerca de R$ 70 milhões por ano e recebe um subsídio da União de R$ 310 milhões
para fechar as contas.
Quando a tarifa chegar a R$ 4, estima-se que o sistema
passará a arrecadar R$ 140 milhões.
Não bastasse esta conta
que não fecha, de acordo com a Companhia, uma dívida do governo do Estado,
referente ao transporte dos passageiros que entram no metrô usando o VEM foi
judicializada.
A Companhia afirma que há aproximadamente dois anos vem
ocorrendo paralisações no pagamento.
Hoje, a CBTU está com um processo na
Justiça cobrando do Grande Recife Consórcio esses valores, que já passam de R$
100 milhões.
Com isto, passageiros se sentem reféns de um modelo de transporte
em que a população é a mais prejudicada e ainda paga por um serviço de baixa
qualidade.
De um total de 40 trens, apenas 27 funcionam.
Os 13 estão parados e
servem para fornecer peças para os trens que estão em circulação e apresentam
defeitos.
Para a estudante Mayara Kimbow, de 18 anos, o
aumento na tarifa do metrô é um absurdo.
"Vamos
pagar caro por um serviço sem qualidade. Constantemente, os trens quebram. Eles
funcionam sem ar-condicionado e estão sempre lotados. Uso o sistema todos os
dias e são sempre os mesmos problemas", comenta a jovem que mora em
Jaboatão e estuda na capital pernambucana.
A auxiliar de serviços gerais Márcia Santos, 34 anos, também está insatisfeita
com os novos valores.
"Não
basta pagar caro para andar de ônibus agora o metrô também vem com reajuste.
Aumenta conta de luz, os preços dos alimentos. Quem vive com um salário mínimo
tem que fazer malabarismo para dar conta de tantos reajustes. No fim das contas
o trabalhador assalariado, que é maioria no Brasil, é quem mais se
prejudica", reclama.
Os maiores custos de
manutenção do sistema é em energia elétrica, com R$ 24 milhões, e com
segurança, R$ 18 milhões.
De acordo com o superintendente da CBTU, Leonardo
Villar, é preciso fazer a repactuação da partição tarifária, pois quem acessa o
Metrô do Recife por meio dos terminais integrados de ônibus não paga nada à
Companhia.
"Atualmente,
56% das pessoas que transportamos entram no Metrô por meio dos ônibus, ou seja
deixamos de receber dinheiro de mais da metade dos nossos usuários",
explica Villar.
Ao todo, 400 mil pessoas
utilizam o sistema metroviário por dia na Região Metropolitana, em 550 viagens
que passam pelas 37 estações.
Em nota, o Grande Recife
Consórcio de Transportes disse que o repasse tarifário dos valores do VEM para
a CBTU é de responsabilidade do Sindicato das Empresas de Transportes de
Passageiros no Estado de Pernambuco (Urbana-PE) que quitou os pagamentos
referentes ao ano de 2016.
"O
valor do repasse referente ao ano de 2019 já foi realizado até o mês de março,
pelo Grande Recife à CBTU. O Consórcio reconhece a dívida no valor atualizado
de R$ 90,6 milhões. É importante ressaltar que o CTM judicializou o caso para
que os pagamentos sejam efetuados pela Urbana-PE", disse o Consórcio em
nota.
Já o Urbana-PE mandou nota
dizendo que efetua o devido cumprimento dos repasses referentes à
comercialização dos créditos eletrônicos transporte ao Grande Recife Consórcio
de Transporte, desconhecendo qualquer pendência nesse sentido.
Fonte: www.folhape.com.br
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