Folha Política
A possibilidade do PDT
permanecer na Frente Popular mesmo com o apoio do PSB ao ex-presidente Lula
(PT) nas eleições de 2022 pode ter ganhado adeptos, mas ainda está longe de
convencer a cúpula pedetista.
O presidente nacional do
PDT, Carlos Lupi, afirma que palanque duplo “significa apoio a dois candidatos
e, no caso (de Pernambuco) é apoio a um só candidato (Lula)”, o que seria,
segundo ele, uma “aliança impossível”.
Segundo o dirigente, a
situação é diferente das tratativas no Maranhão, Lá, o senador pedetista
Weverton Rocha, pré-candidato ao governo maranhense, poderá ter os
presidenciáveis Ciro Gomes (PDT) e Lula em seu palanque.
“Lá, o candidato a
governador é do PDT e poderá abrir a campanha para outro candidato, além do
Ciro”, diferencia Lupi.
Recentemente reunido com
Ciro Gomes no Ceará, o presidente do PDT do Recife, Fabio Fiorenzano, se
posiciona na mesma linha.
“O PDT não trabalha com
palanque duplo no momento. Trabalha com um palanque para Ciro. Essa diretriz é
nacional. Trabalhamos com um palanque de Ciro forte e uma posição do PSB
Nacional concreta em 2022, temos tempo e estamos trabalhando forte para que
isso ocorra. As lideranças progressistas nacionais também colocam Ciro como
candidato competitivo. Até porque a dinâmica da política está muito rápida.
Acreditamos que Lula alcançou o teto e Ciro tem ampla possibilidade de decolar,
inclusive, temos isso atestado por levantamentos internos e pesquisas”, afirma.
Muito além das tratativas,
há uma expectativa de que Ciro comece a circular pelo País até o fim do ano. O
objetivo é se reunir com líderes locais e fazer plenárias com a
militância. Pernambuco deve ser uma das
prioridades e poderá ser o destino do pedetista em dezembro.
Na ocasião, ele deve se
reunir com lideranças do PSB local. Para os pedetistas, é interessante que os
socialistas deixem a decisão sobre o apoio presidencial para 2022. Isso porque
há, segundo eles, uma expectativa de reversão do cenário atual com uma
tendência de crescimento de Ciro nas pesquisas. Logo, quanto mais bem colocado
o ex-ministro estiver nas amostragens, mais forte ele chega nas negociações com
aliados.
O PSB ainda é visto como
aliado preferencial do PDT pela afinidade programática entre as legendas. A
despeito das conversas dos socialistas com Lula, os pedetistas dizem que “não
vão jogar a toalha tão cedo”.
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